Foto Tarrenego! |
A vista alcança a Graciosa e a Terceira, do lado de lá do canal, enquanto desafiamos - encosta acima, encosta abaixo - uma marcha forçada por carreiro tortuoso, íngreme, pedras soltas e traiçoeiras, lajedos puídos, um pé de cada vez. Penedia e mar espreitam perigosamente do abismo, numa companhia incómoda, quase até ao fim do percurso. Na fase terminal, então já ao nível do oceano, vistoriamos as ruínas das fajãs do Belo e dos Tijolos e, num pulo, pomo-nos na Fajã da Caldeira do Santo Cristo.
Fora uma bem suada hora de caminhada. Paramos e respiramos. Vemos, ouvimos, um espaço breve, belo, esquecido.
Passamos pelo exterior de uma lagoa subterrânea, dentro de uma furna abobadada, com acesso por um estreito corredor, também subterrâneo, dizem-nos, mas andamos é para a lagoa de água salgada, onde se reproduzem as célebres amêijoas da fajã. Pelo seu sabor, pelo seu tamanho, são prémio de excelência para o esforço da viagem. Ali nos encontramos com o Senhor Luís, o homem que há sete anos guarda a lagoa. Será o nosso guia e quem nos vai contar as singularidades da mais diferente, típica e misteriosa de todas as fajãs.
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