- Um minutinho, por favor, já pensou no que lhe acontecerá quando morrer? E porque morremos? Não quer saber a verdade acerca da morte?
Eu, que achei a abordagem um bocado desajeitada e tétrica, drástica sem necessidade, resolvi dar-lhes uma ajuda, uma segunda oportunidade, recentrando o assunto:
- Não é nada da morte que me querem falar, pois não? A morte até poderia ser um bom princípio, em termos de marketing, de aproximação tablóide à clientela, quero dizer, mas vocês querem é falar-me da vossa Igreja, querem converter-me à vossa Igreja, querem anunciar-me Deus, o único verdadeiro, Jeová, é ou não é?
Era.
- Então, em verdade vos digo, assim será feito - disse eu, com voz de sarça ardente ditando leis -, ouço-vos, vocês falam-me da vossa Igreja e de Jeová, mas só se também me derem tempo de antena para eu vos falar de uma mobília de sala de jantar muito jeitosa que tenho para vender.
- Mas para que queremos nós ouvi-lo falar acerca da mobília de sala de jantar, se temos uma praticamente nova, estamos tão bem servidos e não precisamos de mudar? - respondeu o par em coro e percebi logo que, para além de par, ela e ele eram também casal.
A resposta que me deram era mesmo a que eu queria, e portanto sentenciei:
- Pois, caríssimos irmãos, eu com Deus é a mesma coisa: já tenho um e por acaso até estou bastante contente com Ele. Vou agora trocar, porquê? E amém.
À conclusão: correu tudo muito bem, num ambiente de satisfatório ecumenismo, e acabei por vender-lhes não uma mas duas mobílias de sala de jantar. Graças a Deus!
P.S. - Hoje é Dia Universal de Deus.
Sem comentários:
Enviar um comentário