Foto Hernâni Von Doellinger |
Uma vez eu contei-lhe do outro Barnabé, que dava dois dele, ou três. O Senhor Barnabé de Fafe, funileiro de alto gabarito, morador e estabelecido naquele escondidinho do Santo Velho e músico vitalício da Banda de Revelhe. O Senhor Barnabé fafense devia ser uma enorme despesa em farda e tocava tuba porque não havia instrumento maior, tirando talvez o bombo, e a tuba vinha-lhe realmente por medida. Quanto ao Senhor Bé, que certamente não gastaria metro e meio para um fato, eu às vezes até me ria imaginando-o, pequenino e gaiato, a tocar pífaro.
Que se segue? No Verão do ano passado o Senhor Bé tornou a faltar-me e eu, confesso, escarmentado com o desaparecimento da minha abençoadora das 7h30, fiquei com medo de perguntar por ele. Deixei correr dois meses, três meses, estávamos a chegar ao Natal e finalmente ganhei coragem. Fui tirar nabos do púcaro junto de outro dos habitués do Passeio, e ouvi o que não queria. Que o Senhor Bé não vinha mais. Morreu. O Senhor Bé "foi mudar uma válvula ao coração e ficou na máquina", disse-me o amigo. Ficou na máquina. Assim.
Quer-se dizer: o Senhor Bé morreu e eu, palavra de honra, acho isto muito mal organizado.
P.S. - Hoje é Dia de São Barnabé, e portanto espero que, levando isso em conta, me perdoem a repetição, de saudade. Claro que também é dia de Santa Paula Frassinetti, mas eu nunca conheci.
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