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sábado, 19 de julho de 2025
Folclore internacional em Fafe
De hoje a oito dias, sábado, 26 de Julho, a Arcada acolhe o XXXIX Festival Nacional e Internacional de Folclore, que contará com a participação de oito grupos, de diferentes nacionalidades. Início às 20h30, com entrada livre.
terça-feira, 15 de julho de 2025
Branca e radiante
A Festa Branca volta a Fafe no próximo sábado, dia 19 de Julho, com Rui Veloso como cabeça de cartaz. Espectáculo a partir das 22 horas, na Feira Velha (Praça Mártires do Fascismo). Na Arcada, com início às 18 horas, atuarão os DJ Nino, Miguel Mendes, João Miguel e Lowie, numa proposta do Club Fafense, para seguir noite dentro.
Biblioteca Municipal, Arquivo Municipal, Teatro-Cinema, Estação Memória, Casa da Cultura, Museu das Migrações e Museu da Imprensa estarão abertos em horário alargado e com entrada gratuita.
sábado, 5 de julho de 2025
sexta-feira, 4 de julho de 2025
Senhora de Antime, já a partir de amanhã
Festas de Fafe, em honra de Nossa Senhora de Antime, de 5 a 13 de Julho. O programa religioso pode ser consultado aqui.
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Olha a triste viuvinha
O homem da casa falecia, por esta ou por aquela razão, às vezes inadvertidamente mas geralmente por razão de força maior, e a família tinha logo uma carga de trabalhos, um rol de importantes e inadiáveis decisões a tomar, a primeira das quais era pegar na roupa toda da recém-viúva e mandá-la para a tinturaria, que, se não me engano, ficava ali ao lado do Foto Victor e da entrada para o Senhor Fernando Enfermeiro, junto aos Correios, na hoje muito justamente chamada Rua Dr. António Marques Mendes. A roupa ia para tingir de preto, a roupa e a vida da jovem viúva dali para a frente. Viúva em flagrante delito. Fafe tomava conhecimento e não perdoava. Também sabia ser cruel. Ser-se viúva era uma sentença automaticamente transitada em julgado, um castigo, provavelmente divino, para todos os efeitos. Viúva sem apelo nem agravo. Com penitência mas sem perdão. Doravante, proibida a cor, proibida a alegria, proibido o riso, proibido o sorriso. Sair de casa, apenas para a missa, ida pela volta, nem mais um minuto, encostada às paredes e de olhos no chão e bico calado. Atenção ao comprimento da saia, ao cabelo! Xaile, era preciso muito xaile. E lenço preto escondendo a cabeça, a cara. Os holofotes apontavam para a porta, tomando conta de entradas e saídas, a horas ou fora delas, que nem as havia. A mulher ficava marcada, vigiada, não lhe viesse de repente a tentação, o desejo. Quer-se dizer, era viúva e já não mulher. E começava por ficar pelo menos quinze dias metida na cama, tapada até ao nariz, sem rádio, sem televisão que não tinha e com as luzes sempre apagadas, sozinha, sozinha, sozinha, compulsivamente afastada dos próprios filhos, crianças, alimentada a canjas e venenosas recomendações das putas das vizinhas, onzeneiras, agoirentas e mal-fodidas, para se ir habituando ao resto da vida, como se tivesse acabado de parir o próprio destino. E esta merda toda, ainda por cima, porque o marido lhe morreu.
P.S. - Publicado no meu blogue Mistérios de Fafe. Hoje é Dia Internacional das Viúvas. Lamento informar.
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terça-feira, 20 de maio de 2025
O nosso mar
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Foto Município de Fafe |
Ou por outra. Os oceanos são na verdade seis: Atlântico, Pacífico, Índico, Glacial Árctico, Glacial Antárctico ou Austral e Barragem de Queimadela. O oceano Atlântico separa a Ásia e a Oceania da América. O oceano Pacífico separa a América da Europa, da Ásia e de África. O oceano Índico banha o sul da Ásia e separa África da Oceania. O oceano Glacial Árctico banha os arredores do Pólo Norte, entre limites da América, Europa e Ásia. O oceano Glacial Antárctico ou Austral circunda a Antárctida. A Barragem de Queimadela diz respeito às freguesias de Monte, Queimadela e Revelhe, evidentemente em Fafe.
P.S. - Hoje é Dia Europeu do Mar.
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domingo, 18 de maio de 2025
Feiras de Fafe, para o ano há mais
Hoje, domingo, dia 18 de Maio, nas Feiras Francas de Fafe:
10 horas - Abertura da Expo Rural
10h30 - Animação de bombos
10h30 - Animação de bombos
16 horas - Banda Nova Geração (palco principal)
18 horas - Animação de bombos (ruas da cidade até à Expo Rural)
19 horas - Encerramento da Expo Rural
sábado, 17 de maio de 2025
Revelhe e Golães nas Feiras de Fafe
Hoje, sábado, dia 17 de Maio, nas Feiras Francas de Fafe:
9 horas - Concurso pecuário (Parque da Cidade, ao lado do Pavilhão Multiusos)
10 horas - Abertura da Expo Rural
11h45 - Entrega de prémios do concurso pecuário (Expo Rural)
14 horas - Desfile de folclore (desde o Multiusos)
14h30 - Festival de folclore (palco secundário)
15 horas - Banda de Revelhe (palco da Arcada
9 horas - Concurso pecuário (Parque da Cidade, ao lado do Pavilhão Multiusos)
10 horas - Abertura da Expo Rural
11h45 - Entrega de prémios do concurso pecuário (Expo Rural)
14 horas - Desfile de folclore (desde o Multiusos)
14h30 - Festival de folclore (palco secundário)
15 horas - Banda de Revelhe (palco da Arcada
15 horas - Corrida de cavalos a passo-travado (Expo Rural, frente ao Multiusos)
17 horas - Banda de Golães (palco da Arcada)
19 horas - Entrega de prémios da corrida de cavalos (Expo Rural)
19 horas - Entrega de prémios da corrida de cavalos (Expo Rural)
19h30 - Animação de bombos (ruas da cidade até ao recinto da Expo Rural)
21h30 - AM Show (palco principal)
22 horas - David Carreira (palco principal)
24 horas - Fogo-de-artifício (Torre do Relógio)
24 horas - Encerramento da Expo Rural
24 horas - Arrebimba o Malho DJ(palco principal)
2 horas - Dj Chelsea (palco principal)
21h30 - AM Show (palco principal)
22 horas - David Carreira (palco principal)
24 horas - Fogo-de-artifício (Torre do Relógio)
24 horas - Encerramento da Expo Rural
24 horas - Arrebimba o Malho DJ(palco principal)
2 horas - Dj Chelsea (palco principal)
sexta-feira, 16 de maio de 2025
David Carreira, hoje, nas Feiras de Fafe
Hoje, sexta-feira, dia 16 de Maio, nas Feiras Francas de Fafe:
9 horas - Feira do gado cavalar (Parque da Cidade)
9 horas - Feira do gado cavalar (Parque da Cidade)
10 horas - Abertura da Expo Rural
10h30 - Animação de bombos (da Expo Rural ao centro da cidade)
14 horas - Desfile de folclore (desde a Câmara Municipal)
14h30 - Festival de folclore (palco secundário)
16 horas - Tuna da Universidade Sénior (palco da Arcada)
16h30 - Chegas de bois (Parque da Cidade, em frente aos campos de ténis)
16h30 - Grupo de Cavaquinhos da ARCO de Santo Ovídio (palco da Arcada)
17 horas - ARPIFAFE (palco da Arcada)
17h30 - AAPAEIF (palco da Arcada)
17h30 - Animação de bombos (da Praça 25 de Abril à Expo Rural)
17h30 - Animação de bombos (da Praça 25 de Abril à Expo Rural)
18 horas - Ribeiro e as Concertinas (palco secundário)
21h30 - Fados - "Canto a Coimbra" (palco da Arcada)
22 horas - David Carreira (palco principal)
24 horas - Fogo-de-artifício (Torre do Relógio)
24 horas - Encerramento da Expo Rural
21h30 - Fados - "Canto a Coimbra" (palco da Arcada)
22 horas - David Carreira (palco principal)
24 horas - Fogo-de-artifício (Torre do Relógio)
24 horas - Encerramento da Expo Rural
24 horas - Cromos da Noite (palco principal)
2 horas - Dj Lowie (palco principal)
2 horas - Dj Lowie (palco principal)
quinta-feira, 15 de maio de 2025
Feiras Francas de Fafe, hoje
Hoje, quinta-feira, dia 15 de Maio:
18h30 - Inauguração da Expo Rural e da Tenda dos Petiscos
18h30 - Animação de bombos CERCIFAF (recinto da Expo Rural, Tenda dos Petiscos)
18h30 - Rusga de concertinas (recinto da Expo Rural, Tenda dos Petiscos)
21h30 - Marotos da Concertina (palco principal do Parque da Cidade)
22h30 - Augusto Canário (palco principal)
24 horas - Fogo-de-artifício (Torre do Relógio)
24 horas - Deejay ZéAvécalhos (palco principal)
2 horas - Dj Cancela (palco principal)
18h30 - Rusga de concertinas (recinto da Expo Rural, Tenda dos Petiscos)
21h30 - Marotos da Concertina (palco principal do Parque da Cidade)
22h30 - Augusto Canário (palco principal)
24 horas - Fogo-de-artifício (Torre do Relógio)
24 horas - Deejay ZéAvécalhos (palco principal)
2 horas - Dj Cancela (palco principal)
segunda-feira, 12 de maio de 2025
sábado, 10 de maio de 2025
Feiras Francas de Fafe, de 15 a 18 de Maio
Feiras Francas de Fafe, já a partir da próxima quinta-feira, de 15 a 18 de Maio, com estendal montada no Parque da Cidade. Expo Rural, Tenda dos Petiscos, rusgas de concertinas, desfile e festival de folclore, fado, arruadas de bombos, concurso pecuários, bandas filarmónicas, chegas de bois, feira de gado cavalar, corridas de cavalos, grupos musicais locais, fogo-de-artifício e noitadas animadas por DJ. Augusto Canário, David Carreira, Marotos da Concertina e Cromos na Noite são apresentados como cabeças de cartaz. Mais informação, aqui.
sábado, 19 de abril de 2025
Mistérios de Fafe
Como já aqui anunciei, desde o início do ano que tenho em funcionamento um novo blogue - Mistérios de Fafe, título que pedi emprestado à obra de Camilo Castelo Branco, quando se assinala o bicentenário do nascimento do escritor. É lá que estou a compilar, rever e "passar a limpo", com importantes acrescentos, versões optimizadas dos meus textos sobre Fafe, sobre vidas, pessoas, usos, falares e acontecimentos do meu tempo de Fafe e após, isto é, sobre o modo como o recordo ou quero recordar. Histórias e memórias pessoais, juvenis e profissionais, velhas amizades, cromos e admirações, cenas gagas ou desgraçadas, peripécias, é o que conto. Exclusivamente.
Se Fafe lhe interessa, se é habitual leitor do Fafismos, ou parou aqui por acaso, se gosta do que leu, então dê também uma saltada a Mistérios de Fafe, porque, estou em crer, poderá gostar ainda mais. Os títulos, alguns, parecerão os mesmos, mas os conteúdos apresentam-se substancialmente melhorados, pelo menos é o que eu pretendo. E os originais também já começam a sair.
terça-feira, 15 de abril de 2025
Fafe lés-a-lés
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Desenho Nestinho |
Não sei se se lembram. O 15.º Portugal de Lés-a-Lés arrancou em Fafe no dia 8 de Junho de 2013. No road book da famosa maratona motard, a voltinha do prólogo foi assim pormenorizadamente desenhada pelo inimitável traço do Nestinho, isto é, do Ernesto Brochado, um verdadeiro apaixonado por Fafe, provavelmente a figura mais conhecida e respeitada do mototurismo nacional, dirigente do Moto Clube do Porto e da Federação de Motociclismo de Portugal, alma mater e organizador crónico do extraordinário Lés-a-Lés e de dezenas de outras iniciativas do género e de menor dimensão. O Portugal de Lés-a-Lés é o maior evento mototurístico da Europa. A edição daquele ano contou com 1.130 inscritos e 1.000 motos. Somando os elementos da organização, estiveram envolvidas, no total, 1.200 pessoas e 1.060 motos, que percorreram, em três dias, 1.050 quilómetros por estradas, estradinhas, aldeias, vales e montanhas, grutas, monumentos e centros históricos, ao encontro de um país por descobrir.
P.S. - Hoje é Dia Mundial do Desenhador. Ou Dia do Desenhista, se for no Brasil. E também é Dia Mundial da Arte. Em todo o caso, é Dia do Nestinho.
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Yabba dabba doo!!!...
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Desenho Nestinho |
Já não bastavam o ciclismo, o atletismo, o halterofilismo, o futebol, o tiro, a natação, o basquetebol, o basebol, o ténis, o futebol americano, o judo, a canoagem, o bilhar, a luta greco-romana, o voleibol, o remo, a vela, o kickboxing, o chinquilho, a bisca lambida e a ginástica. Agora também a Fórmula 1.
O escândalo vai rebentar um destes dias, mas estamos em condições de adiantar o que lamentavelmente se passa com a especialidade rainha do desporto automóvel: estão a ver o ciclismo, aquela coisa do motorzinho escondido dentro da bicicleta a que os entendidos dão o curioso nome de doping mecânico? Pois na Fórmula 1 é exactamente o mesmo, mas completamente diferente. Tanto quanto conseguimos apurar, os pilotos - os pilotos batoteiros, diga-se em abono da verdade - têm disfarçado por debaixo do tapete um pequeno alçapão que abrem sobretudo em recta, quando vão a mais de 340 km/hora mas não estão suficientemente próximos do carro da frente para poderem usar o DRS, doping legal de ultrapassagem. Abrem o alçapão, dizia, e chispam os pés no alcatrão como se estivessem a correr os 100 metros nos Jogos Olímpicos, chegando com este plus aos quase 390 km/hora, não sei se estão a ver como fazia o Fred dos Flintstones...
A Fórmula 1 anda realmente uma chatice, mas especialistas anónimos chamam a isto doping humano e não concordam. E o senhor Ecclestone, que já não risca mas palpita, está fulo. Diz que, com ele, no que respeita a doping, de viagra para cima, tolerância zero...
A Fórmula 1 anda realmente uma chatice, mas especialistas anónimos chamam a isto doping humano e não concordam. E o senhor Ecclestone, que já não risca mas palpita, está fulo. Diz que, com ele, no que respeita a doping, de viagra para cima, tolerância zero...
P.S. - Hoje é Dia Mundial do Desenhador. Ou Dia do Desenhista, se for no Brasil. E também é Dia Mundial da Arte. Em todo o caso, é Dia do Nestinho.
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quinta-feira, 10 de abril de 2025
Em defesa dos nossos bandidos
É como fafense que me queixo. Fafe está muito mal se já são apanhados na nossa terra adeptos casuals, logo cinco de uma vez, ainda por cima do Benfica e com material pirotécnico que de certeza nem foi comprado no Rates.
Proxenetas, batoteiros, burlões, traficantes, ladrões, contrabandistas, candongueiros, pistoleiros, caceteiros, mixordeiros, caloteiros, carteiristas ou falsificadores - isso, sim, são dos nossos, gente de respeito, criminosos que nos orgulham e representam, fazem parte na nossa tradição e da nossa cultura, nunca nos deixaram ficar mal. Agora, casuals? Casuals em Fafe? Bem sei, no melhor pano cai a nódoa. Mas eu, palavra de honra, vi no jornal e fiquei cheio de vergonha...
quarta-feira, 2 de abril de 2025
A Esquiça com direito a efeméride
Efeméride. Quer dizer: acontecimento ou facto importante que ocorreu em determinada data. Ou por outra: celebração de um acontecimento ou de uma data importante. A agência de notícias Lusa, a maior em língua portuguesa, disponibiliza diariamente no seu serviço uma lista dos "principais acontecimentos registados", desde sempre, no dia em questão, em Portugal e no mundo inteiro. Acontecimentos tipo a descoberta da pólvora, a invenção da roda, o início da I Guerra Mundial, a chegada do homem à Lua, o 25 de Abril ou a queda do Muro de Berlim. Os jornais replicam mais ou menos esta lista, consoante o espaço disponível e a respectiva "orientação editorial", há quem lhe chama assim.
Ora bem. Andava eu, ontem, à procura das "Efemérides Lusa" para hoje, 2 de Abril, quando, por engano na busca, coisas da idade, dou de caras, no jornal Sol, com as "Efemérides de 2 de Março" de 2021. E para esse dia, no ano de 2017, o Sol aponta, resplandecente: "A taberna do pai de Jorge Ferreira, árbitro que tinha apitado o Estoril-Benfica, foi vandalizada há 4 anos, durante a noite."
Caramba! Fafe nas "Efemérides"! Eu não fazia ideia da importância para a Humanidade da ocorrência em questão, mas talvez mereça. Merece certamente. Não, de caras, no que diz respeito à façanha pífia da claque antiportista Super Dragões, mas, por outro lado, quanto à Esquiça instituição, a taberna do pai do filho, ela, sim, um acontecimento digno de registo, sobretudo derivado às tripinhas e à vitela, que já lá não vou há que tempos, caseiras, honestas e acessíveis, merecedoras realmente de figurarem nos anais da História. E, até à próxima, daqui vai um abraço para o Armindo!
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sábado, 15 de março de 2025
Vai-me à loja e traz-me o troco!
Fafe é uma grande superfície de grandes superfícies. Não sei se já cá estão todas e se cabem cá todas - vem aí agora a Mercadona -, mas a verdade é que, tirante elas, sobra cada vez menos Fafe à vista. Atenção: eu não critico a invasão, admito até que esta fartura sem peso nem medida possa ser muito boa para Fafe e para os fafenses em geral, quero dizer, para os fafenses consumidores e/ou à procura de emprego, decerto não faltarão argumentos e talvez razões que a justifiquem ou tentem justificar. E também não sei se podia ser de outra maneira. Digo apenas o que vejo. E, chegados a Dezembro, sorrio ao ver o Município anunciar, candidamente, ou então como remedeio ou descargo de consciência, que... "Natal é no comércio local!"
P.S. - Hoje é Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.
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terça-feira, 11 de março de 2025
Ligava-se o rádio e abria-se o pano
Foto Hernâni Von Doellinger |
Todas as noites. A nossa mãe pegava em nós - na Nanda, no Nelo e em mim - e colocava-nos de joelhos e mãos postas, virados para a parede. Não era castigo, era amor. Na parede do quarto da nossa mãe, por cima da cama de casal, estava pendurada uma daquelas gravuras do anjo da guarda à la menino da lágrima. Rezávamos: "Anjo da guarda, minha companhia, guardai a minha alma de noite e de dia."
(Morávamos na casinha amarela do Santo Velho. O quarto da nossa mãe, logo à entrada, era também a sala, a urgência, o consultório das aflições e desgraças da rua inteira. A minha mãe curava. Cura. Eu era então o mais novo e os mimos eram todos para mim. Os mimos que a pobreza honrada permitia. Éramos remediadamente felizes, mas ríamo-nos muito, graças a Deus. Umas senhoras da Granja que trabalhavam no Posto Médico e passavam pelo nosso Santo Velho diziam que eu "até a chorar era bonito" - contava-me a minha mãe, cheia de vaidade, fazendo-me festinhas nos caracóis, e eu gostava. E eu gosto, mãe. Quando a minha mãe se zangava comigo - e eu enchia-a de razões para isso -, dizia-me que eu tinha sido deixado lá em casa pelos ciganos...
Depois nasceu o Lando e acabaram-se-me as mordomias.)
(Morávamos na casinha amarela do Santo Velho. O quarto da nossa mãe, logo à entrada, era também a sala, a urgência, o consultório das aflições e desgraças da rua inteira. A minha mãe curava. Cura. Eu era então o mais novo e os mimos eram todos para mim. Os mimos que a pobreza honrada permitia. Éramos remediadamente felizes, mas ríamo-nos muito, graças a Deus. Umas senhoras da Granja que trabalhavam no Posto Médico e passavam pelo nosso Santo Velho diziam que eu "até a chorar era bonito" - contava-me a minha mãe, cheia de vaidade, fazendo-me festinhas nos caracóis, e eu gostava. E eu gosto, mãe. Quando a minha mãe se zangava comigo - e eu enchia-a de razões para isso -, dizia-me que eu tinha sido deixado lá em casa pelos ciganos...
Depois nasceu o Lando e acabaram-se-me as mordomias.)
Todas as noites. Após a oração ao anjo da guarda e o sinal-da-cruz feito "sem aldrabices" por ordem expressa e vigilante da nossa mãe, íamos para o nosso quartinho de duas camas, uma cama para a Nanda e a cama maior para o Nelo e para mim. A nossa mãe deitava-se enfim, exausta e nós não sabíamos, e ligava o rádio na Emissora Nacional. Dava teatro. Dramalhão. Mas tudo dentro dos conformes, pela moral e pelos bons costumes, tudo muito a bem da Nação. Do lado de cá do tabique, eu, o Nelo e a Nanda pedíamos "mais alto". Também queríamos. (Ou)víamos silentes e na maior das comoções, porque aquelas histórias não eram para brincadeiras. Interrompíamos apenas para um que outro pedido de esclarecimento acerca da senhora má e ciumosa que fazia a vida negra ao senhor viúvo e bom que gostava da menina tísica e bela que tomava conta dos quatro filhinhos dele, senhor viúvo e bom, a qual senhora má e ciumosa, todos concordávamos com a nossa mãe, era realmente "uma grande cabra", embora eu não visse nisso grande defeito. Na escola já tinha feito algumas redacções sobre "A cabra" e por isso sabia que a cabra é um animal doméstico e serve, nomeadamente, para a nossa alimentação, que era assim que a coisa se rematava.
O teatro terminava, vinha a ficha técnica - porventura autoria ou adaptação de Odette de Saint-Maurice, certamente as vozes de Jorge Alves, Manuel Lereno, Carmen Dolores, Rui de Carvalho, Eunice Muñoz ou Canto e Castro... nos papéis de -, mas a nossa mãe só desligava depois do "Samuel Dinis ensaiou", que era mesmo o fim, e o rádio dizia "Denis", que ainda era mais mágico. Trocávamos boas-noites dum lado para o outro do tabique. "Agora vamos dormir", mandava a nossa mãe, e nós apertávamo-nos aos cobertores, contentes pela soirée e mortinhos por obedecer.
Todas as noites. Cinco ou dez minutos passados, a minha mãe dava um toquezinho na parede e perguntava, numa voz de embalar:
- Estais a dormir?
- Eu estou - respondia sempre eu.
- Lindo menino - dizia a minha mãe. E eu adormecia feliz. Radioso.P.S. - A 11 de Março de 1957, no seu quarto dia de emissões regulares, a RTP inaugurou a rubrica Teleteatro, também chamada Noite de Teatro, com a emissão de "O Monólogo do Vaqueiro", de Gil Vicente.
O teatro terminava, vinha a ficha técnica - porventura autoria ou adaptação de Odette de Saint-Maurice, certamente as vozes de Jorge Alves, Manuel Lereno, Carmen Dolores, Rui de Carvalho, Eunice Muñoz ou Canto e Castro... nos papéis de -, mas a nossa mãe só desligava depois do "Samuel Dinis ensaiou", que era mesmo o fim, e o rádio dizia "Denis", que ainda era mais mágico. Trocávamos boas-noites dum lado para o outro do tabique. "Agora vamos dormir", mandava a nossa mãe, e nós apertávamo-nos aos cobertores, contentes pela soirée e mortinhos por obedecer.
Todas as noites. Cinco ou dez minutos passados, a minha mãe dava um toquezinho na parede e perguntava, numa voz de embalar:
- Estais a dormir?
- Eu estou - respondia sempre eu.
- Lindo menino - dizia a minha mãe. E eu adormecia feliz. Radioso.P.S. - A 11 de Março de 1957, no seu quarto dia de emissões regulares, a RTP inaugurou a rubrica Teleteatro, também chamada Noite de Teatro, com a emissão de "O Monólogo do Vaqueiro", de Gil Vicente.
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sexta-feira, 7 de março de 2025
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