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quinta-feira, 10 de abril de 2025

Em defesa dos nossos bandidos

É como fafense que me queixo. Fafe está muito mal se já são apanhados na nossa terra adeptos casuals, logo cinco de uma vez, ainda por cima do Benfica e com material pirotécnico que de certeza nem foi comprado no Rates.
Proxenetas, batoteiros, burlões, traficantes, ladrões, contrabandistas, candongueiros, pistoleiros, caceteiros, mixordeiros, caloteiros, carteiristas ou falsificadores - isso, sim, são dos nossos, gente de respeito, criminosos que nos orgulham e representam, fazem parte na nossa tradição e da nossa cultura, nunca nos deixaram ficar mal. Agora, casuals? Casuals em Fafe? Bem sei, no melhor pano cai a nódoa. Mas eu, palavra de honra, vi no jornal e fiquei cheio de vergonha...

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Hugo Viana, o gentleman

Estou extremamente vaidoso com este acontecimento de uma pessoa que me conhece ir para director desportivo do importante clube de futebol Manchester City, de Inglaterra. Note-se, eu não conheço o Sr. Hugo Viana de lado nenhum, senão como figura pública, mas ele diz que me conhece. Ou pelo menos disse que me conhecia lá pelos primeiros anos deste século, estando ele como jovem jogador do Sporting e eu como velho jornalista do jornal 24horas, no Porto. O rapaz tinha uma questão familiar qualquer, que eu não quero trazer agora aqui ao caso, e o meu jornal mandou-me explorar a coisa. Do meu ponto de vista, o assunto era irrelevante e sobretudo particular, íntimo, tipo ninguém tem nada com isso, mas as minhas chefias, de Lisboa, invocaram o sagrado "interesse público e jornalístico" para me encostar à parede.
Fiz alguns contactos exploratórios, falei com duas ou três pessoas mais ou menos envolvidas ou sabedoras, e de repente recebi uma chamada do próprio Hugo Viana, que tinha e tem idade para ser meu filho, e atirou-se assim: - Ouve lá, estás avisado! Eu conheço-te, pá, sei onde trabalhas e os teus horários, sei onde moras e onde comes. Se escreves alguma coisa sobre mim, estás lixado comigo, faço-te a folha, pá!...
Eu, se querem saber, ri-me. Aquilo era tão infantil, tão coisa de miúdo, que não só não levei a sério como nem sequer levei a mal. A verdade é que, naquela altura, nem eu sabia os meus horários e amiúde não acertava com a porta de casa. Trabalhava pelo menos treze ou catorze horas por dia, sem hora de entrar ou de sair, muitas vezes na rua, e comer era só depois do serviço arrumado e onde calhasse...
Em todo o caso, não cheguei a escrever o artigo, que, repito, realmente não interessava nem ao Menino Jesus, era essa definitivamente a minha opinião, e ainda é. Mas não foi por causa do telefonema pândego e das ameaças de Hugo Viana que a "notícia" não saiu. Não. Acontece que, por aquela maré, as camisolas do Sporting (e do Benfica e do FC Porto) eram patrocinadas pela PT - Portugal Telecom, que por acaso era também a dona do grupo de comunicação que detinha, entre outros títulos, o jornal 24horas. Quer-se dizer: era como se eu e o Hugo Viana, deixem-me exagerar um bocadinho, tivéssemos o mesmo patrão. O Sporting mexeu-se. O imbróglio foi tratado ao nível das mais altas esferas, disseram-me, os meus ilustres chefes, sempre sábios e cheios de razão, mandaram imediatamente às malvas o inefável "interesse público e jornalístico" e recebi ordens expressas para abortar um trabalho que, em bom rigor, nem sequer tinha começado. O jornalismo, quer queiram quer não, meus amigos, era e ainda é, se o houvesse, uma coisa muito bonita.

Resumindo e concluindo: se precisarem de alguma coisa do Sr. Hugo Viana, agora que ele é gentleman por geografia e está no topo do mundo, digam, que eu trato disso. Ele conhece-me.

(Publicado originalmente no meu blogue Tarrenego!)

sábado, 28 de setembro de 2024

A sorte do Benfica foi a baleia

Jonas era profeta com escritório em Israel e Deus mandou-o a Nínive passar umas gáspeas aos assírios, que eram maus como as cobras e de uma crueldade bíblica para com inimigos e povos vencidos em geral. Jonas acagaçou-se com os perigos da demanda e tentou desobedecer a Deus, fugindo, disfarçado de Hercule Poirot, numa viagem de cruzeiro pelo Mediterrâneo. Bons tempos! Deus levou a mal tamanha manifestação de cobardia e diletantismo, caiu-lhe em cima com uma tempestade de criar bicho e atirou-o borda fora. Jonas foi engolido por uma baleia e por lá se acomodou durante três dias e três noites. Ao fim da terceira noite, isto é, ao quarto dia, depois do pequeno-almoço, a baleia deu à Costa da Caparica e o resto da história é bem conhecido: Jonas assinou pelo Benfica e em cinco épocas e muitas lesões fez 183 jogos e marcou 137 golos. O que convenhamos.

Jonas, o pistoleiro, pendurou as botas aos 35 anos e com as costas num frangalho. Tipo raro este Jonas, que também me incomodou bastante. Estimo-lhe as melhoras.
Por outro lado. Hermann Melville, autor do romance "Moby Dick", morreu no dia 28 de Setembro de 1891, aos 72 anos. Dois interesses muito especiais do meu pai: clássicos da literatura mundial e o Benfica, Deus lhe perdoe.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

O que é preciso é Benfica!

Vou contar esta em homenagem ao saudoso Zé Maria Sapateiro, benfiquista dos sete costados e conceituado crítico de funerais. E, sendo Fafe uma terra de jornais e jornalistas, conto-a no dia em que o Diário de Notícias, de Lisboa, faz 158 anos.
Uma vez, o estado-maior da Controlinveste de má memória descia no elevador do Edifício JN do Porto e eu também. Eu era um dos prescindíveis do jornal 24horas, excesso de bagagem, mas ainda não sabia. Entrei a meio caminho para ir a casa comer a sopa. Ir num pé e vir no outro, porque o trabalho esbordava. Disse boa tarde, mas ninguém me ligou. Eu sou alto e falo grosso. Mas quê, aquela gente não ouve, não vê nem pensa para além do umbigo de cada qual. Iam todos entretidos na galhofa, preparando mais uma leva de despedimentos. A maior de todas. Eram os filhos do Joaquim Oliveira, acolitados por um ou dois administradores anónimos limitados e pelo então director de publicações, João Marcelino. E era exactamente Marcelino o animador de serviço, exibindo a capa do Diário de Notícias daquele dia. Dizia o também director do DN - "O que é preciso é isto: mete-se aqui este vermelhinho e está o assunto resolvido, é só vender".
João Marcelino referia-se à foto do Benfica que dominava a primeira página do DN. Isso. Haja Benfica e pronto! O nosso Zé Maria Sapateiro não teria dito melhor...

Isto é. O Diário de Notícias saiu à rua pela primeira vez no dia 29 de Dezembro de 1864. E, mais ou menos à rasca, anda às voltas até hoje. Quanto a Oliveira e seus asseclas, continuaram a despedir e a destruir jornais e lares, com uma perseverança digna de registo. João Marcelino é actualmente uma das vedetas residentes do Canal 11, televisão da Federação Portuguesa de Futebol.

Bruxedos e outros medos

Durante uma semana, um alguidar contendo um enorme galo sem cabeça e outras miudezas feiticeiras esteve em exposição no passeio junto ao por...