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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

O Carnaval é hoje


O desfile de Carnaval dos foliões do pré-escolar e 1.º ciclo das escolas de Fafe sai hoje à rua, a partir das 9h30. Partida e chegada na Feira Velha - Praça Mártires do Fascismo.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Eram outros carnavais

Foto Hernâni Von Doellinger
Na minha terra, naquele tempo, festividades assim familiares e praticamente religiosas como por exemplo o Entrudo tinham as suas normas, liturgia própria. Exigiam pompa e circunstância. Em Fafe, pelo Carnaval, a grande tradição eram, se me dão licença, os peidos-engarrafados lançados no Cinema. Uma lixeira de confetes e serpentinas, alguns pares de estalos, encontrões, ameaças e correrias tolas, mas sobretudo peidos-engarrafados, um fedor que não se podia mas uma grande risota, ou se calhar um grande risoto, como hoje em dia será mais fino dizer. Peidos-engarrafados e pimenta. Exactamente, pimenta culinária sacudida dos camarotes para cima da plateia. Enquanto isso, o filme. De preferência uma coboiada, com muitos tiros e estrondosas cavalgadas, mas normalmente não, porque o "programador" tinha uma ideia morcona de divertimento e folia, em nome de Deus, Pátria e Família. Anos sessenta e setenta do século passado - Portugal era assim, regra geral. Um país a bem da Nação. E há por aí uns que tais que querem esta merda de volta.
Durante o resto do ano, no Cinema, só eram permitidos peidos biológicos, caseiros, que, não desfazendo, também eram uma categoria, e para além disso tínhamos o Moisés, que isso então nem se fala! Eram peidos subversivos, contra o governo, que nos alimentava a couves e tínhamos de as comprar, porque nem os ricos as davam - vendiam-nas como se precisassem ou preferiam deitá-las aos porcos, que infelizmente não éramos nós, os pobres, no caso em apreço.

No nosso Carnaval havia corso pelas ruas do centro da vila. E o rei momo era o Tónio da Legião, bonacheirão, afavelmente decilitrado, com coroa, manto e barbas a condizer, e só podia mesmo ser ele, no trono, lá do alto do carro alegórico, palácio ou castelo, olhando de lado para o mundo. Não me lembro se lhe deram rainha. O Tónio da Legião tinha uma queda tremenda para a amizade e para a cozinha, mas isso não vem hoje ao caso. E o Aristides Carteiro, que era um senhor e praticava humorismo nas horas vagas, abria o cortejo mascarado de ciclista, realmente um disfarce à altura do seu insuspeito porte atlético.

Pelo Entrudo, em Fafe, queimava-se o Pai das Orelheiras, velha tradição popular, de afirmação de rua, que andou perdida durante anos e que a Câmara Municipal resgatou em 2017, se não me engano. No nosso Santo Velho nós fazíamos a fogueira e queimávamos o figurão. Era o ponto alto do dia, que por acaso era à noite. As nossas mães diziam-nos para não brincarmos com o fogo, porque senão, quando fôssemos dormir, iríamos mijar na cama. Nós brincávamos na mesma e ao entrarmos em casa para dormir levávamos logo o ensaio do costume, mesmo antes de se saber se mijávamos ou não, e eu achava isso muito injusto e provavelmente ilegal.
Não me vou armar em Freud, mas naquele dia elas vestiam-se deles e eles vestiam-se delas. Era uma ocasião muito esperada. Uma oportunidade. Adultos, casados e afins, saíam para a rua aos pares com as roupas ao contrário e as caras tapadas com caretas de papelão compradas no Rates, que tinha tudo mesmo antes de terem sido inventadas as lojas que têm tudo, farmácias à parte e hoje em dia os talhos. Assim disfarçados e de boca calada, os pares de foliões metiam-se com os vizinhos, e o grande divertimento era tentar descobrir quem seriam os tratantes, desconfiando-se sempre deste ou daquela, tu a mim nunca me enganaste...
A coisa às vezes acabava à pancada, mas quê, era Carnaval e ninguém levava a mal. Além disso, estávamos em Fafe e tínhamos os peidos. Os peidos-engarrafados, quero dizer.

É, bons tempos: pobretes mas alegretes. Fafe tinha belas tradições. Era tudo muito bonito e os peidos eram o nosso escape natural, o epítome do divertimento que se podia.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

O verdadeiro drama brasileiro

O verdadeiro drama é este: já falta menos de uma semana, e milhões de brasileiros, sobretudo brasileiras, ainda não sabem de que se vão despir no Carnaval.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Um santo Carnaval

Enviou comovida mensagem à sua lista completa de contactos. "Um santo Carnaval, para si e toda a família, associados e simpatizantes", fez votos. E, recolhendo-se, agradeceu a Deus por Deus o ter feito tão boa pessoa.

Quem vê caretas...

Foto Hernâni Von Doellinger

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Tino de Rans e Maria Leal, os senhores de Antime

Acabo do saber, não sem um baque no coração - e quem diz baque diz bitôbe -, acabo de saber, dizia, que Maria Leal e Tino de Rans vão ser os reis do Carnaval de Antime. Soube-o através do Expresso de Fafe, que frequento várias vezes ao dia, e devo dizer que fiquei num sino. Acho que mais pontaria era praticamente impossível, a União de Freguesias de Antime e Silvares S. Clemente acertou quase em cheio e está de parabéns. Para o tiro ser mesmo na muche falta evidentemente o Zé Cabra, mas às tantas o orçamento não dava, e também depende da disponibilidade do artista.
Julgam que eu estou no gozo, armado em intelectual de merda? Nada disso. Considero a dupla Maria-Tino, palavra de honra, uma escolha sensacional e que faz todo o sentido para o fim em questão - os reis momos do Carnaval. Evidentemente desde que a rapariga esteja contratualmente proibida de cantar.
Duvidam do que eu digo? Leiam ou releiam o que publiquei neste blogue há apenas dez dias, mal eu sabia, com fotografia e tudo, e espero que não tenha sido por isso:

Foto Tarrenego!
O Tino, o imprescindível Tino, estava de partida para a "Quinta das Celebridades" da TVI com a missão mais que esperada de fazer figura de urso, isto lá pelo ano de 2005, se não estou em erro. O meu jornal, que só tratava de assuntos assim importantes, mandou-me a Rans cobrir a festa de despedida do herói local, que meteu comes e bebes, família, vizinhos, amigos, os dois penetras do 24horas, muitos abraços e algumas lágrimas. Um exclusivo à moda antiga. O Tino, que é um cromo mas não é tolo, teve a gentileza de oferecer-me o seu livro "De Palanque em Palanque", inesperadamente prefaciado por D. Manuel Martins, e acrescentou-lhe uma profética dedicatória, sarrabiscada mesmo antes de entrar para o carro rumo à capital. Escreveu: "Hernâni, espero-te quando sair da Quinta em ombros. Rans sairá em ombros também." E assinou: "Tino de Rans".
Eu não sei se o Tino saiu em ombros, decerto não, mas sei que não fez figura de urso enquanto esteve na Quinta. Fez com que outros fizessem por ele, e já não foi pouco. Repito: o Tino não é lerdo, apenas se esforça por parecer. E goza o prato...
De resto, para mim, o Tino de Rans é praticamente presidente da república. Por isso guardo com tanta vaidade o livro e o autógrafo com que ele me agraciou.

Bruxedos e outros medos

Durante uma semana, um alguidar contendo um enorme galo sem cabeça e outras miudezas feiticeiras esteve em exposição no passeio junto ao por...