Foto Hernâni Von Doellinger |
Pois bem. Creio que este também é o primeiro fim-de-semana, depois dos dois últimos fins-de semana, em que eu não escrevo sobre bacalhau. Isso, bacalhau. E não escrevo sobre bacalhau, embora ontem tenhamos ido comer mais uma vez o melhor bacalhau assado na brasa do mundo aí a um sítio, mas não escrevo sobre bacalhau, dizia eu, porque recebi certas e determinadas críticas alegando que estou sempre a falar de bacalhau e que tanto bacalhau até enjoa e que há mais vida para além do bacalhau e não sei que mais...
A crítica é livre e serve geralmente para limpar o cu, mas devo dizer que o meu sogro tinha uma máxima a respeito de bacalhau que talvez não seja de deitar fora. O meu sogro, que faria 93 anos na passada sexta-feira se não me tivesse morrido nos braços num fim de tarde do fim de Novembro de 2015, declarava, na sua infinita simplicidade: - Se me derem bacalhau todos os dias, para mim está muito bem e até agradeço.
E o meu sogro só sabia de meia dúzia das mil e uma maneiras de cozinhar bacalhau. Mas não era esquisito, estava servido. E ontem fez-nos falta à mesa.
Já a minha sogra, que vai a caminho dos 92 e continua sem razões de queixa do apetite, tem um visão mais ampla do universo, outra sabedoria. E defende que a vida é composta por três qualidades. Costuma filosofar, aliás, a esse propósito: - Nem sempre carne e nem sempre peixe. De vez em quando também é preciso comer um bocadinho de bacalhau.
Exactamente. Carne, peixe e bacalhau, as três espécies sobreviventes após a liquidação dos dinossauros. A minha sogra, que nunca na vida deixou o meu sogro ter razão, é que está certa. Este mundo não é só bacalhau. Ainda por cima ao preço a que ele está.
Seja como for, já disse, sobre bacalhau, hoje, da minha boca, nada!
Porra, vai ser a terceira vez em, sei lá, 2 semanas, vou cozinhar bacalhau...com poucas batatas, pois são desaconselhadas a diabéticos, algo que tenho o desprazer de ser, mas com suficientes cenouras. Fazia tempo que não comia bacalhau, pois se por aí está caro, imagina em terras de Sua Magestade, o Carlitos, mas desde que li as tuas primeiras narrativas sobre o cod, sinto uma quase incontrolável vontade de comer bacalhau. Principalmente em forma de punheta. Ou na brasa, claro.
ResponderEliminarHavia um tasco em Revelhe, se não estou em erro, que fazia uma punheta realmente do outro mundo, perfeita. E creio que a oferecia, sem levar um tostão, se por acaso o cliente encontrasse uma espinha que fosse. Conta a lenda que tal nunca aconteceu.
EliminarPor outro lado, não me lembro se a clientela era revistada à entrada. Levar uma espinha de casa era capaz de ser boa ideia...
Também tinha conhecimento de tal, mas a verdade é que em Fafe, no que a bacalhau diz respeito, não tinha nada como os bolinhos da Albertininha da Lameira, sejamos justos...
EliminarQuanto aos bolinhos da Albertininha da Lameira, estamos conversados. Mas. Sem menosprezo por outros notáveis bacalhaus fafenses que desconheço ou esqueci, a Juditinha, no centro da vila, fazia um bacalhau em posta robusta que também era uma categoria. Comi somente uma vez, no casamento de uma prima, há coisa de 40 anos, e vê lá a impressão que me deixou....
EliminarVerdade e eu sou testemunha, pois quando trabalhava no hospital almocei na Juditinha, diariamente, durante mais de um ano. Senhora culináriamente super prendada, mas acima de tudo uma Mulher com um coração inigualável.
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