Passou-se assim, ainda a respeito do comer e de certas e determinada pessoas. Empratei o jantar da minha sogra: uma posta de bacalhau cozido com três dedos de altura por um palmo de comprimento, um ovo aberto ao meio, cinco batatas médias partidas em quartos, um dilúvio de azeite e duas pingas de vinagre branco, como ela gosta. A minha mulher colocou-lhe à frente aquela reprodução dos Himalaias em tamanho natural, e a minha sogra, naquela altura ainda nos seus resplandecentes 88 anos, mas mal-humorada por princípio e por inegável prazer, como sempre, resmungou: - Hoje não há umas vagenzitas?...
Não havia. Era segunda-feira e à segunda-feira cá em casa é assim, bacalhau, batata e ovo, sem outros matadores, uma tradição que eu quero crer que trouxe de Fafe, da casa da minha mãe. A minha sogra limpou o prato em menos de cinco minutos, mas sob protesto, que fique registado.
Vagem, neste caso, é feijão-verde. Ou, melhor dito, vage. Ou, melhor dito ainda, bage. As bages, posso esclarecer, eram ao almoço de quarta-feira para uma pessoa, com pescada quase sempre fresca. E outra coisa: com bacalhau, a minha sogra bebia um fundinho de vinho. Diz que é dado: bacalhau, portanto vinho. Mas isso é lá uma tradição dela.
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