P.S. - Hoje é Dia Internacional da Comida Picante.
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Deus nos livre dos afrontamentos
Um dominguinho como de costume e Deus manda. Missinha das onze, homiliazinha com palavrinhas a abater e um que outro puxãozinho de orelhas para temperar, uns acenozinhos ao rebanho, umas lambidelas recebidas na mão santa, a do cachucho, e depois... o almocinho. O almocinho de dominguinho: três pratos, tal qual a Santíssima Trindade e o outro assunto que não vem ao caso. Duas horas à mesa e sempre a dar-lhe, como se fosse castigo, penitência. "Ui! Comi que nem um abade" - desabafou, num arroto final. "Nada de modéstias, Vossa Excelência Reverendíssima Senhor Dom, afinal de contas sois Bispo, sois Bispo" - acudiu o solícito secretário, jovem presbítero, com as maiúsculas bajuladoras numa mão e o bicarbonato de sódio na outra.
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sábado, 5 de outubro de 2024
O Secónego
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Foto Hernâni Von Doellinger |
O Secónego tinha uma maneira de falar muito cómica. Falava como quem não abre a boca, às vezes com a mão à frente, com medo talvez de que se lhe evadisse a placa. Chamava-nos a todos "Ó menino!", embora já fôssemos uns respeitáveis gandulos, e ria-se satisfatoriamente.
Quando me chegou às mãos, o Secónego já era um sábio intermitente, com apagões. Era um homem precocemente envelhecido e debilitado. De vez em quando desligava e isso fazia-me uma enorme impressão. Lembro-me que nessas alturas me apetecia chorar. Que injustiça para uma cabeça assim. Filhadaputice que ele não merecia, era o que eu achava e depois ia confessar-me, porque achar filhadaputice, fosse de que espécie fosse, era pecado no seminário.
Por falar em filhadaputice (e vão três), havia umas "brincadeiras" institucionalizadas para as aulas do Secónego. E os coninhas, que, borrados de medo, até respiravam pelas orelhas frente aos outros professores, pintavam a manta com o Secónego, numa coragem cobarde que ainda hoje me mete nojo. Eu também não era nenhum santo - e certamente por isso (e por achar filhadaputices a torto e a direito) é que me mandaram dar uma volta -, mas, para mim, as aulas do Secónego eram sagradas. Eram as únicas em que eu não mijava fora do penico. Por pena. Quem me dera que tivesse sido por respeito.
Um dia o Secónego desligou-se o interruptor em plena aula. De repente ficou ali, sentado à secretária, olhando o nada, obviamente esquecido de nós e dele, e dizia apenas "Leia, menino", apontando para ninguém. E nós lemos, mandei eu, e mandei também chamar quem o tirasse dali. Lemos: três ou quatro de nós, uns atrás dos outros, passando a Selecta de mão em mão, Vaiamos, irmana, vaiamos dormir nas ribas do lago, u eu andar vi a las aves meu amigo. E lemos a cantiga até ao fim e voltámos ao princípio, uma e outra vez, numa lengalenga interminável, e tanto fazia quem lesse, eram as minhas ordens, porque eu sentia que o som das nossas vozes apaziguava a alma cansada e ausente do velho professor. E ele merecia.
Depois levaram-no.
O Secónego tinha uma casa creio que à borda da estrada que sobe da cidade de Braga para o Bom Jesus, a cota baixa. Padres mais novos diziam-lhe, no gozo: "Ó Secónego, que pena, uma casa tão bonita e quem por ali passa de carro só lhe vê o cume". E ele: "Pois, mas isso é à ida, menino. À vinda nem o cume vê"...
(Quando acompanhava o seu próprio corpo, o que era cada vez mais raro, o Secónego sabia mesmo muito sobre os antigamentes de Fafe, e eu regalava-me a ouvi-lo. O Secónego, assim chamado, era o cónego Arlindo Ribeiro da Cunha (1906-1976), autor, entre outras obras, de "A Língua e a Literatura Portuguesa" e de uma "Gramática Latina" que chegou à sétima edição, tendo participado como colaborador regular na Grande Enciclopédia Luso-Brasileira e na Enciclopédia Verbo. Vimaranense de São Torcato, é nome de rua em Braga. E já agora: o parágrafo anterior deve ser lido em voz alta, como quem conta uma história, sobretudo o discurso directo da última frase. Fica melhor.)
Quando me chegou às mãos, o Secónego já era um sábio intermitente, com apagões. Era um homem precocemente envelhecido e debilitado. De vez em quando desligava e isso fazia-me uma enorme impressão. Lembro-me que nessas alturas me apetecia chorar. Que injustiça para uma cabeça assim. Filhadaputice que ele não merecia, era o que eu achava e depois ia confessar-me, porque achar filhadaputice, fosse de que espécie fosse, era pecado no seminário.
Por falar em filhadaputice (e vão três), havia umas "brincadeiras" institucionalizadas para as aulas do Secónego. E os coninhas, que, borrados de medo, até respiravam pelas orelhas frente aos outros professores, pintavam a manta com o Secónego, numa coragem cobarde que ainda hoje me mete nojo. Eu também não era nenhum santo - e certamente por isso (e por achar filhadaputices a torto e a direito) é que me mandaram dar uma volta -, mas, para mim, as aulas do Secónego eram sagradas. Eram as únicas em que eu não mijava fora do penico. Por pena. Quem me dera que tivesse sido por respeito.
Um dia o Secónego desligou-se o interruptor em plena aula. De repente ficou ali, sentado à secretária, olhando o nada, obviamente esquecido de nós e dele, e dizia apenas "Leia, menino", apontando para ninguém. E nós lemos, mandei eu, e mandei também chamar quem o tirasse dali. Lemos: três ou quatro de nós, uns atrás dos outros, passando a Selecta de mão em mão, Vaiamos, irmana, vaiamos dormir nas ribas do lago, u eu andar vi a las aves meu amigo. E lemos a cantiga até ao fim e voltámos ao princípio, uma e outra vez, numa lengalenga interminável, e tanto fazia quem lesse, eram as minhas ordens, porque eu sentia que o som das nossas vozes apaziguava a alma cansada e ausente do velho professor. E ele merecia.
Depois levaram-no.
O Secónego tinha uma casa creio que à borda da estrada que sobe da cidade de Braga para o Bom Jesus, a cota baixa. Padres mais novos diziam-lhe, no gozo: "Ó Secónego, que pena, uma casa tão bonita e quem por ali passa de carro só lhe vê o cume". E ele: "Pois, mas isso é à ida, menino. À vinda nem o cume vê"...
(Quando acompanhava o seu próprio corpo, o que era cada vez mais raro, o Secónego sabia mesmo muito sobre os antigamentes de Fafe, e eu regalava-me a ouvi-lo. O Secónego, assim chamado, era o cónego Arlindo Ribeiro da Cunha (1906-1976), autor, entre outras obras, de "A Língua e a Literatura Portuguesa" e de uma "Gramática Latina" que chegou à sétima edição, tendo participado como colaborador regular na Grande Enciclopédia Luso-Brasileira e na Enciclopédia Verbo. Vimaranense de São Torcato, é nome de rua em Braga. E já agora: o parágrafo anterior deve ser lido em voz alta, como quem conta uma história, sobretudo o discurso directo da última frase. Fica melhor.)
Aqui chegados, como diria o nosso Luisinho Marques Mendes, que também é um latinista, devo informar que no seminário tive os melhores professores do mundo.
P.S. - Hoje é Dia Mundial do Professor.
quinta-feira, 30 de maio de 2024
Os cónegos dividem-se em três partes
Há coisa de quarenta, cinquenta anos, os cónegos não eram uma classe respeitada por aí além, mesmo ou principalmente no interior da Igreja. Naquele tempo, cónegos eram anedotas contadas por padres que não eram cónegos. Inveja? Sei lá eu. Parece que o tique vinha de trás e atiravam a culpa ao Eça. Ao de Queirós.
Os cónegos que então conheci, porque andei lá no meio deles, afiguravam-se-me criaturas patuscas, isso é certo. Geralmente baixinhos, barrigudos e corados, sebentos às vezes, os cónegos eram uns cromos, caricaturas deles próprios. Também não sei se ficaram assim depois e por causa de terem ido para cónegos ou se aqueles é que eram os requisitos necessários e critérios de selecção para o canonicato.
Uma vez, um padre recém-ordenado, mestre e amigo, ensinou-me que a classe dos cónegos se dividia em três categorias: "os cónegos de merda, a merda de cónegos e os cónegos a sério" - que seriam os da sé propriamente dita, eventualmente os cónegos com cargo no cabido. O meu mestre e amigo suponho que actualmente é cónego, mas não sei de que categoria. Tenho também ex-colegas de seminário que são cónegos, e estimo-lhes as melhoras.
P.S. - Foi há trinta anos. No dia 30 de Maio de 1994, o papa João Paulo II declarou um "não irrevogável e definitivo" à ordenação sacerdotal de mulheres. E é pena. As cónegas também haviam de ter piada.
Os cónegos que então conheci, porque andei lá no meio deles, afiguravam-se-me criaturas patuscas, isso é certo. Geralmente baixinhos, barrigudos e corados, sebentos às vezes, os cónegos eram uns cromos, caricaturas deles próprios. Também não sei se ficaram assim depois e por causa de terem ido para cónegos ou se aqueles é que eram os requisitos necessários e critérios de selecção para o canonicato.
Uma vez, um padre recém-ordenado, mestre e amigo, ensinou-me que a classe dos cónegos se dividia em três categorias: "os cónegos de merda, a merda de cónegos e os cónegos a sério" - que seriam os da sé propriamente dita, eventualmente os cónegos com cargo no cabido. O meu mestre e amigo suponho que actualmente é cónego, mas não sei de que categoria. Tenho também ex-colegas de seminário que são cónegos, e estimo-lhes as melhoras.
Como funciona agora com os cónegos, confesso que desconheço. Mas acredito nisto: quarenta, cinquenta anos não dão para nada na Igreja instituição, não dão sequer para meter a chave à porta - quanto mais para puxar o autoclismo.
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domingo, 26 de fevereiro de 2023
O sexo, essa invenção dos tempos modernos
"Isto agora é só sexo! Que vergonha! Que nojo!", resmungou a velha senhora, sem mais nem menos, ou como quem dá os bons-dias. Era realmente uma senhora vetusta, recatadamente vestida e calçada, mas com aprumo, assim a modos de irmã da caridade à paisana. O cabelo curto, antigo, pretíssimo como só ao alcance do Restaurador Olex, as mãos cansadas e a voz decidida. "Isto agora é só sexo! Que vergonha! Que nojo!", foi o que ela disse e redisse, num veemente protesto saído do nada, acrescentando em tom menor, enquanto tentava abrir o porta-moedas: - Quanto é?...
Estávamos na padaria, com efeito. Ao balcão. Para além do desabafo, bem ensaiado, a velha senhora também queria pagar os dois bijus que já guardara na saca de pano. Atrás, na fila para a máquina registadora, uma senhora um bocado menos idosa e aparentemente mais arejada deu ideia de não ter gostado muito daquilo do "Isto agora" e retrucou, numa censura mansa:
- É por isso que no tempo da senhora as raparigas solteiras não apareciam grávidas sem se saber de quem...
- Mas eu nunca! Sabe quantos anos tenho? No-ven-ta! Noventa anos, e eu nunca!... - explodiu teatralmente a velha senhora, que encontrara enfim o que de facto viera buscar: uma discussão. Para isso saíra de casa.
- A senhora não, mas outras sim... - devolveu-lhe a senhora um bocado menos idosa.
- Não se compara! - atirou a velha senhora. - Agora não querem outra coisa, ainda ontem, ali na paragem do autocarro, um rapaz e uma rapariga naquilo, sempre naquilo, a fazerem sexo, pareciam cães, e a televisão é só sexo, sexo, sexo, de manhã à noite e pela noite dentro, sexo, sexo, sexo, que eu bem vejo... - e de repente ia-lhe faltando o ar, coitadinha, ou então o chilique também fazia parte.
Acudiu-lhe a senhora um bocado menos idosa:
- Olhe, minha senhora, faça como eu, não veja televisão. Na verdade, algumas notícias metem mesmo nojo. E com isto da pedofilia, dos abusos dos padres, dos bispos que esconderam tudo, até já nem sei se meta a minha netinha na catequese...
- Meta, meta! - mandou a velha senhora, voz da vida e da experiência. - Isso não faz mal nenhum... - explicou. - Isso dos padres é uma coisa muito antiga. Veja bem que era eu pequena, ao tempo que isso vai, e o nosso padre já andava metido com a minha catequista. Com ela e com outras...
Estávamos na padaria, com efeito. Ao balcão. Para além do desabafo, bem ensaiado, a velha senhora também queria pagar os dois bijus que já guardara na saca de pano. Atrás, na fila para a máquina registadora, uma senhora um bocado menos idosa e aparentemente mais arejada deu ideia de não ter gostado muito daquilo do "Isto agora" e retrucou, numa censura mansa:
- É por isso que no tempo da senhora as raparigas solteiras não apareciam grávidas sem se saber de quem...
- Mas eu nunca! Sabe quantos anos tenho? No-ven-ta! Noventa anos, e eu nunca!... - explodiu teatralmente a velha senhora, que encontrara enfim o que de facto viera buscar: uma discussão. Para isso saíra de casa.
- A senhora não, mas outras sim... - devolveu-lhe a senhora um bocado menos idosa.
- Não se compara! - atirou a velha senhora. - Agora não querem outra coisa, ainda ontem, ali na paragem do autocarro, um rapaz e uma rapariga naquilo, sempre naquilo, a fazerem sexo, pareciam cães, e a televisão é só sexo, sexo, sexo, de manhã à noite e pela noite dentro, sexo, sexo, sexo, que eu bem vejo... - e de repente ia-lhe faltando o ar, coitadinha, ou então o chilique também fazia parte.
Acudiu-lhe a senhora um bocado menos idosa:
- Olhe, minha senhora, faça como eu, não veja televisão. Na verdade, algumas notícias metem mesmo nojo. E com isto da pedofilia, dos abusos dos padres, dos bispos que esconderam tudo, até já nem sei se meta a minha netinha na catequese...
- Meta, meta! - mandou a velha senhora, voz da vida e da experiência. - Isso não faz mal nenhum... - explicou. - Isso dos padres é uma coisa muito antiga. Veja bem que era eu pequena, ao tempo que isso vai, e o nosso padre já andava metido com a minha catequista. Com ela e com outras...
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
Os ex-colegas, essa pedra no sapato
Foto Tarrenego! |
E há umas certas e determinadas pessoas que acreditam nisto, os supra-sumos que chegaram ao "O Ideal!". Se tivessem ido para os Comandos, esses supra-sumos, sumos sacerdotes, andariam agora por aí de boina vermelha e crachá, eventualmente de G3 a tiracolo se os deixassem, e em vez de melancólicos ego te absolvo diriam esfuziantes mama sumae! Estes rapazes tiveram os melhores mestres do mundo, o padre Fonseca e o padre João Aguiar, para não irmos mais longe, e afinal não aprenderam nada com eles, não perceberam nada da vida.
Porque. Reencontrei-me ultimamente com ex-colegas do seminário que deram em padres. E até gostei, a princípio. Há aquela festa propedêutica, "ó pá, há que tempos, és mesmo tu, estás mais gordo, estás mais magro, está igualzinho, dá cá esses ossos, dá cá essa febras!", como pessoas normais, e depois os meus ex-colegas enfiam no cu um daqueles feijõezinhos milagrosos que lhes dão aquela voz sacrista e falseta, e, magníficos, condescendentes e compassivos, com a superioridade moral dos eleitos, dos exclusivos de Deus, perguntam sempre lá do alto, como se estivessem combinados uns com os outros, "e então, o que é que tens feito?"...
Fico fodido. Fico à rasca. Começo a suar, a gaguejar, não sei o que hei-de dizer em minha defesa. Afinal estou perante um dos que chegaram ao topo do Kilimanjaro e eu nem sequer passei do sopé do Bom Jesus do Monte, onde o Secónego tinha uma casa. Conto o melhor que consigo: "ó pá, tenho sido sobretudo jornalista mas também trabalhei numa fábrica, sou casado há quarenta anos, sempre com a mesma mulher, o que é miserável no meu ofício, porém continuo apaixonado, tenho um filho que é uma jóia e o meu maior orgulho, temos a casa e o carro pagos, damos umas voltinhas para arejar, eu não sei conduzir mas cozinho muito bem, tenho quatro amigos, pendurei a carreira profissional para tomar conta primeiro do meu sogro e depois da minha sogra, e não me lembro se já disse que sou jornalista"...
Mas não chega. Eu sei que não chega! E continuo fodido e à rasca, gago e suado. Eu até acho que a classe dos ex-colegas está muito sobrevalorizada. Parece-me que a maioria das pessoas passa distraidamente ao lado do negativismo, da carga pejorativa que a própria expressão em si encerra. Ex-colega, ex-colegas. Se, por analogia, as pessoas pensarem no que pensam quando pensam em ex-amigo, em ex-amigos, certamente compreenderão o que eu quero dizer. Mas não adianta. Isso não me salva. Os ex-colegas aparecem-me, realizadíssimos da vida, e eu, que sei que sou a merda que sou, só me apetece fugir...
Era assim. Mas aqui atrasado fui a Fafe a um funeral e mudei de táctica. Fui a Fafe, dizia, e esbarrei com um dos meus que deu em padre e que, ainda por cima, estava encarregado do serviço. Conversámos na sacristia da Igreja Matriz, intermediados pelo meu sobrinho Geno. Como de costume, inquirido sacramentalmente "e então, o que é que tens feito?", confessei na mesma o "ó pá..." do parágrafo ali de cima, o "ó pá..." completo, porque tenho este defeito de informar, mas depois acrescentei perguntando também, para livração da minha alma:
- E tu? Nunca fizeste nada, pois não? Quer-se dizer, és padre, não é?...
Era assim. Mas aqui atrasado fui a Fafe a um funeral e mudei de táctica. Fui a Fafe, dizia, e esbarrei com um dos meus que deu em padre e que, ainda por cima, estava encarregado do serviço. Conversámos na sacristia da Igreja Matriz, intermediados pelo meu sobrinho Geno. Como de costume, inquirido sacramentalmente "e então, o que é que tens feito?", confessei na mesma o "ó pá..." do parágrafo ali de cima, o "ó pá..." completo, porque tenho este defeito de informar, mas depois acrescentei perguntando também, para livração da minha alma:
- E tu? Nunca fizeste nada, pois não? Quer-se dizer, és padre, não é?...
Em todo o caso e nos tempos que correm: como diria a minha mãe, que é sábia mas também queria um filho padre, "mais vale não fazer nada do que fazer asneiras"...
domingo, 21 de agosto de 2022
Não aldrabem o sinal-da-cruz, valha-me Deus!
Foto Hernâni Von Doellinger |
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Bruxedos e outros medos
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