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domingo, 20 de outubro de 2024

Em português diz-se bullying

Foto Hernâni Von Doellinger

Hoje é Dia Mundial de Combate ao Bullying. Isso, ao bullying. Bullying quer dizer bullying, que é como se diz e escreve bullying em português, isto é, bullying. E há quem diga que tudo começou em Fafe. Por outro lado, o uso da palavra "Combate" neste contexto parece-me assim um bocadinho desajustado para a gramática wok de hoje em dia, mas isto sou eu, que sou um tolo - como diz a a minha mãe.

sábado, 21 de setembro de 2024

Fafenses excelentíssimos

Foto Hernâni Von Doellinger
O Canivete que vendia jornais, o Palhaço que fazia autópsias, o Cesteiro que esteve nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, o Paredes que também era Neiva de mãos enormes e falso susto para crianças, o Landinho eterno Menino, o Landinho do Club que tinha uns testículos muito compridos e era primo de quem fosse importante mesmo que fosse estrangeiro, o Piu, o Chico Cereja, o Sandim que levava os filmes de carrinho, o Tónio da Legião, o Dr. Antunes.

A Rosa do Piroco (Senhora Rosa do Mato!, corrigia-me a minha mãe), o Zé de Castro poeta e cauteleiro, o Chupiu, o Manel do Campo, o Luisinho com o "criado" atrás, o Zé Cão, o Roda Forte cauteleiro, o Pai Zé cauteleiro e gasolineiro, o Meireles de Antime, o Malhado decilitrador premiado e competente arranjador de guarda-chuvas, o Clemente que construía pipas e escadas e era tão pequenino que eu nunca percebi onde cabia tanto tabaco e aguardente, o gigante Barnabé e o mano, o Rates artista da bola, o poeta Augusto Fera, o Álvaro da Dinâmica, o carteiro Aristides, o Zé Sacristão, o Sr. Ferreira do Hospital, o 17 da Bomba, meu avô.
O Sr. Arcipreste, o Maló que era de Fafe em dias certos e cantava fanhosa e desalmadamente o "despedi-me e fui para longe" na esquina da minha rua, o Quinzinho da Farmácia que era o melhor médico do mundo, o Rui que era irmão do Renato e ardinava o Comércio do Porto, o Pedro e o Norte Desportivo, o Guia e a língua portuguesa, o Zegolina e a má-língua, o Batata, o Miguel Chichilim, o Fiu, o Chichirini, o Neca do Hotel, o Zé Manco, o Zé Manquinho, o Sibino, o Sr. Augusto Paredes, o Jerónimo Barbeiro, o Zé Bastos, o Chester faz-tudo, o Nélson Fafe e a alma do teatro, o Sr. Saldanha e a Bandeira Nacional.
Na música: os Bacalhaus, os Custódio, os Gandarelas, os Betas, os Silvas, os Maciéis. Nos bombeiros: o comandante Luís Mário, os Costas do Assento, os Feira Velha, os Quintos, os Ferreiras e os Nogueiras, os Moleiros e os dos Santo, mestres também de filosofias de carne e osso e do jogo do pau.
O Joãozinho da Loja Nova que era um partidão e nem assim, o Joãozinho Summavielle e o meio fininho ao balcão do Peludo de costas voltadas para a televisão, o engenheiro Mário Valente doente da bola e fazedor do que Fafe é, o Albano das Águas esperto que eu sei lá, o Armindo Alves que era a Banda de Revelhe, o Mário Chanato, o Zé do Registo, o Fernando da Sede, o Sr. Avelino do Café, o Flórido engraxador, o Belinho, o Baptista do Asilo, o Nelinho da SIF, o Guarda-Fios, o Miguel do Zé da Menina, o Miguel Cantoneiro, o Chaparrinho, o Nelo Chapeleiro, o Manel da Pinta, o Nelinho Barros, o Hugo Alfaiate, o Chico da Libânia, o Toninho Nacor e a Dona Isabel, o padre Barros, o padre Zé, o Bilinho e o Bergiga meus companheiros de infância, o inesquecível Berto Dantas.
E, ainda por cima, o grande Zé Manel Carriço, provavelmente o homem mais extraordinário que conheci em toda a minha vida.
A todos e outros que tais, os meus respeitos. Muito agradecido por serem a minha memória.

Aqui há uns anos soube que foi feito um "Dicionário dos Fafenses" ilustres. A lista oficial, estou quase certo, não será exactamente esta, a minha, posto que incompletíssima. Mas lá está. A ilustreza é um conceito deveras relativo. Como certos e determinados pronomes...

P.S. - Publicado originalmente no dia 30 de Março de 2014, no meu blogue Tarrenego!, e aqui no dia 4 de Agosto de 2022. Entretanto, nestes dois anos de Fafismos, fui particularizando alguns destes meus heróis fafenses em textinhos com nome próprio. E acrescentei outros. Quem quiser ver, é só chamar por eles. Hoje é Dia Mundial da Gratidão.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Óculos sem bateria

É desagradável. Pousar os óculos e depois não saber onde. E precisar deles para os procurar. E pegar no telemóvel para lhes ligar, obrigando-os a darem sinal de si. E então lembrar-me de que nunca pus os óculos a carregar.

P.S. - Publicado no dia 20 de Setembro de 2022. Hoje é Dia Europeu da Reciclagem de Pilhas. Em Fafe, que liga tanto às efemérides de bem parecer, a festa há-de ser de arromba, eléctrica, certamente na Praça da Justiça, junto à estátua de que antes os doutores da Câmara tinham vergonha e agora serve-lhes de pau para toda a colher - e eu acho muito bem! 

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Lapsus linguae

Foto Hernâni Von Doellinger
Entrei de rompante e gritei: mãos ao ar, isto é um assalto! Fiquei admirado. O que eu queria dizer era: alto e pára o baile! Eu andava desesperado e absolutamente insone com aquele forrobodó todas as noites no andar de cima, bailarico até às tantas, cantoria sem norma nem excepção. Com tanto maldormir, a minha boca fez confusão. Mas estava dito, estava dito: desci com um LCD de 100 polegadas, uma mesa de DJ, seis colunas de som surround, um globo espelhado, oito CD do Quim Barreiros, dois tablets, quatro telemóveis, sete relógios - um de sala -, seis pulseiras, cinco colares, doze pares de brincos, dois pacotes de batatas fritas, meia piza familiar de cogumelos e fiambre com extra queijo, um pacote de Sugus morango e framboesa, nove gramas de haxixe, garrafa e meia de vodka, duas canecas de sangria, vazias, três garrafas de Casal Garcia, treze cartões de crédito, um vale de reforma, 837 euros em numerário, um porquinho-mealheiro com a Justiça de Fafe e 350 escudos em imprestáveis moedinhas de 1 escudo, um santinho da Senhora de Antime, quarenta e nove volumes com a transcrição não censurada dos telefonemas mais íntimos e picantes de Pinto da Costa, um par de canadianas praticamente novas - uma professora de Toronto e uma enfermeira de Otava - e a empregada doméstica que também quis vir comigo.

P.S. - Hoje é Dia Mundial da Pizza.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Nem ratas nem ratos. Rates, como em Fafe...

O Rates vendia ratoeiras para ratos. Também vendia foguetes, rabichas, estalinhos, caretas, calçadeiras, fio do Norte, lixa, colchetes, gaiolas para grilos, anzóis e sedielas, chapéus de palha, palha de aço fina e grossa, galochas, velas, DDT, solarine, vassouras, lousas e lápis de ardósia, coadores, funis, navalhas, agulhas para desentupir máquinas a petróleo, peidos-engarrafados e pelo menos um exemplar de todas as bugigangas e quinquilharias alguma vez inventadas no mundo inteiro, com ou sem serventia, tudo aparentemente ao monte porém segundo uma ordem que ele lá sabia, mas eu, na minha ideia de miúdo, achava era um piadão àquilo de o Rates vender ratoeiras para ratos. Para além disso, o Rates vendia rolhas. E já sabem: as palavras sempre me interessaram muito, e essa mania tola, que eu tanto estimo, felizmente não me larga.
Ora bem: hoje é Dia Mundial do Rato ou Dia Internacional da Ratazana Doméstica. Curiosamente, sendo hoje Dia do Rato, é também Dia da NATO, mas convém não confundir. Lembrei-me portanto do Rates, que era uma verdadeira instituição fafense, ali à beira de outras duas não menos notáveis instituições fafenses, o Marinho e o Miranda das famosas pataniscas, memórias infelizmente perdidas, parece que esquecidas de propósito numa praça agora em construção, sem árvores mas com polémica pelo menos da boca para fora. Creio que o sítio vai chamar-se, depois de pronto, Praça da Justiça. Seja feita.

Mas vergonha de quê? Devíamos era ter orgulho do nosso passado tasqueiro e similar. Fafe daquele tempo era muito avançado, não pensem o contrário. Era até muito à frente, tomara Fafe de agora! Reparem que, com mais de cinquenta anos de avanço em relação à guerra de sexos e de géneros que aí vai e à disfunção gramatical entre masculinos e femininos e assim-assim que nos arrelia as meninges, nós já praticávamos a solução redentora e neutral hoje em dia advogada pelas mentes brilhantes do politicamente correcto. Nem ratos nem ratas. Rates é que era! Rates, e tínhamos pelos menos dois: o das ratoeiras propriamente dito e o da bola, que era outro espectáculo!...

P.S. - Publicado originalmente no dia 4 de Abril de 2023, há um ano exactamente. Hoje é Dia Mundial do Rato e Dia Internacional da Ratazana Doméstica.

Conta a lenda que

Foto Hernâni Von Doellinger

sábado, 16 de março de 2024

O das Caldas e a de Fafe

O Levantamento das Caldas, tentativa de golpe militar contra o Estado Novo caetanista, ocorreu no dia 16 de Março de 1974, faz hoje anos, e, apesar de falhado, serviu de rastilho para a Revolução de 25 de Abril. É também chamado Intentona das Caldas, Revolta das Caldas ou Golpe das Caldas - tudo nomes bem menos sugestivos e mais ajuizados. É. Deixem-se de malandrices! Levantamento e Caldas, as duas palavras juntas na mesma expressão, trazem logo à conversa fradinhos malacuecos...

Por outro lado, não me consta que as Caldas da Rainha tenham vergonha dos seus famosos caralhos, como alguns fafenses envernizados têm da nossa Justiça de Fafe - e já tiveram mais. Até o sítio da Câmara Municipal de Fafe pede desculpa pelo incómodo do nosso indesmentível ex-líbris, considerando-o "controverso", e se fossem à merda também não iam nada mal. Pelo contrário, as Caldas orgulham-se dos seus fradinhos arrebitados, erguem bem alto os seus avantajados membros cerâmicos, e disso fazem negócio, turismo, riqueza. Em Fafe, antes pelo contrário. Mas cada qual tem os levantamentos que merece...

P.S. - E, a propósito, isto: segundo as mais recentes informações, parece que o 25 de Abril foi um equívoco. Uma absoluta desnecessidade, cinquenta anos depois.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Só se perdem as que.

Foto Hernâni Von Doellinger

O jogo do pau de... Cabeceiras de Basto

Dizia eu: E não. O jogo do pau não é "uma das maiores tradições do concelho" de Fafe, ao contrário do que diz, por outro lado, a néscia propaganda autárquica. É tão tradição em Fafe como em Lisboa, em Trás-os-Montes, no Ribatejo, na Estremadura, no Algarve ou na Galiza. O jogo do pau é tão tradição em Fafe como a sueca, o futebol ou a malha, a petanca, o esconde-esconde ou o dominó, que se jogam em todo o lado.
Não. O jogo do pau não foi inventado em Fafe, não deriva da Justiça de Fafe. A Justiça de Fafe é outra coisa.
Dizia eu, no texto "À justiça o que é da justiça" com que, a 3 de Agosto de 2022, abri este blogue, Fafismos, então denominado "De Fafe com muito gosto". E que se segue? Soube-se ontem, o "Jogo do Pau de Cabeceiras de Basto" acaba de ser classificado como património cultural imaterial. Exactamente, o jogo do pau de Cabeceiras de Basto.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Atenção aos trabalhos!...

Foto Hernâni Von Doellinger
Prosseguem as obras à volta da Justiça de Fafe. Obras e novos condicionamentos de trânsito. Repito: não sei quando estará tudo pronto e normalizado, nem percebi ainda muito bem o que vai sair dali. Puxo, por isso, de um banco e sento-me. Espero para ver. Já agora, o Município informa que arrancou a segunda e última fase da empreitada de requalificação da Avenida da Liberdade, na zona das escolas. Também aqui há alterações de trânsito e estacionamento.

terça-feira, 7 de março de 2023

Segue dentro de momentos

Foto Hernâni Von Doellinger
Há obras para dar casa nova à Justiça de Fafe. Obras e condicionamentos de trânsito. Não sei quando estará tudo pronto e normalizado, nem percebi ainda muito bem o que vai sair dali. Puxo, por isso, de um banco e sento-me. Espero para ver...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A importância da Justiça de Fafe

Foto Tarrenego!
Já devem ter reparado como a Justiça de Fafe - a lenda, o significado, o monumento - é tão importante para mim. E também é para a minha família. Ali em cima está o Kiko, meu filho, fotografado pela mãe, minha mulher, ainda o mundo acabara de ser inventado. Olhem para ele. O Kiko, que é fafense amador, tem hoje 38 anos, coitadinho, e leva-me à "estátua" de vez em quando para matarmos saudades. Para a semana lá estaremos, se Deus quiser, eu e a patroa.

Bruxedos e outros medos

Durante uma semana, um alguidar contendo um enorme galo sem cabeça e outras miudezas feiticeiras esteve em exposição no passeio junto ao por...