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Foto Hernâni Von Doellinger |
Entrei de rompante e gritei: mãos ao ar, isto é um assalto! Fiquei admirado. O que eu queria dizer era: alto e pára o baile! Eu andava desesperado e absolutamente insone com aquele forrobodó todas as noites no andar de cima, bailarico até às tantas, cantoria sem norma nem excepção. Com tanto maldormir, a minha boca fez confusão. Mas estava dito, estava dito: desci com um LCD de 100 polegadas, uma mesa de DJ, seis colunas de som
surround, um globo espelhado, oito CD do Quim Barreiros, dois
tablets, quatro telemóveis, sete relógios - um de sala -, seis pulseiras, cinco colares, doze pares de brincos, dois pacotes de batatas fritas, meia piza familiar de cogumelos e fiambre com extra queijo, um pacote de Sugus morango e framboesa, nove gramas de haxixe, garrafa e meia de
vodka, duas canecas de sangria, vazias, três garrafas de Casal Garcia, treze cartões de crédito, um vale de reforma, 837 euros em numerário, um porquinho-mealheiro com a Justiça de Fafe e 350 escudos em imprestáveis moedinhas de 1 escudo, um santinho da Senhora de Antime, quarenta e nove volumes com a transcrição não censurada dos telefonemas mais íntimos e picantes de Pinto da Costa, um par de canadianas praticamente novas - uma professora de Toronto e uma enfermeira de Otava - e a empregada doméstica que também quis vir comigo.
P.S. - Hoje é Dia Mundial da Pizza.
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