sábado, 21 de dezembro de 2024

Os tascos e as tascas, questão de género

Aqui o género interessa. Embora ninguém me leve a sério (ou à séria, se por acaso lido em Lisboa), tenho passado a vida a pregar a respeito da irreconciliável diferença entre tasco e tasca (ou tasquinha). Prego aos peixes e prego a fundo. Mas é como já disse: tasco é tasco, sítio do povo com povo dentro, e tasca ou tasquinha é... outra coisa, coisa fina, sítio de moda. O tasco é jurássico, a tasca é cosmopolita. O tasco é rasca, a tasca é chique. A tasca é in, o tasco é out. Sei do que falo. Sou de um tempo e sou de Fafe, terra de tascos e com muito gosto. Eu prefiro os tascos. Só para dar mais um exemplo, hoje não vou mais longe: no tasco bebe-se verde tinto e come-se bolo com sardinhas ou bacalhau frito; na tasca, bebe-se ginjinha e come-se caril de lavagante, como acabo de ver no Expresso. Percebem o que eu quero dizer?

E sim, é provável que já quase não haja tascos, que os tascos puros e duros estejam em vias de extinção, mas isso, de momento, não é para aqui chamado.

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