Liguei esta manhã à minha mãe, para receber a indispensável bênção semanal, e a minha mãe disse-me que em Fafe estava um frio de rachar, daquele frio que parece que "já passou por muita neve", portanto fora de prazo, e que por volta das seis, sete horas ouviu um too. A minha mãe ficou muito admirada por ser só um. Ainda admitiu, a rir-se com os botões, que fosse uma bomba, como a seguir ao 25 de Abril, mas não, o que ouviu foi mesmo um too, tinha a certeza.
É este falar antigo, escorreito, musical, tão galego nosso, que me apaixona tanto, e suspeito e lamento que sejam já poucos os que o guardam em Fafe. Atenção: a minha mãe falou bem. A minha mãe fala sempre bem. Toar é sinónimo de trovejar e portanto um trovão é um too. Lê-se e diz-se tôo e não tu, à estrangeira. A minha mãe ouviu um too e deram-me umas saudades desgraçadas. Porque é tão bom ouvir...
E agora. Diz que hoje de manhã se falou de Fafe e de trovoada na Rádio Comercial. E o Facebook do Município fafense dá o merecido destaque ao extraordinário acontecimento. O apontamentozinho ali de cima, exactamente sobre Fafe e trovoada e mais uns trocos, publiquei-o originalmente no dia 4 de Abril de 2019, no meu blogue Tarrenego!, e repeti-o a 10 de Outubro de 2021, assinalando o Dia Mundial do Audiologista. A mim ninguém me ouviu. Mas também se compreende: eu não dou na rádio...
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Ouvir, não ouço, mas sempre leio com um sorriso no rosto.
ResponderEliminarJá vale a pena!
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