Ora bem: há mais de trinta anos que moro na minha rua e foram precisos mais de trinta anos para que me aparecesse na rua um melro. Sim, um melro efectivamente, e apresenta-se todas as manhãs. Melro cantor que dá gosto, e lambão benza-o Deus, também vai à marmita dos gatos, um destes dias desaparece corrido a encharcado pela minha vizinha, se tiver a sorte de não ser cozinhado para alimentar os bichanos.
E eu, perante isto? Eu gostei muito que o melro tivesse dado com a minha rua emprestada e com a frente da minha casa. Grande melro! É porreiro, porque assim já somos dois...
Isto é: arquivei este apontamento em Fevereiro de 2017. Entretanto o Sporting desamparou-me a loja, foi não sei para onde, se é que foi, e deu em campeão, o que é deveras lamentável e manifesto desperdício. O melro da minha rua, o meu melro, que infelizmente tornou a emigrar, cantava sem parar o hino do FC Porto. E juro que não fui eu a ensiná-lo. Os melros, é o que têm, já nascem ensinados.
Por outro lado, hoje é Dia Mundial das Aves Migratórias. Curiosamente, o Dia Mundial das Aves Migratórias é duas vezes por ano, no segundo sábado de Maio e no segundo sábado de Outubro, coincidindo com as duas principais épocas de migração aviária.
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