terça-feira, 16 de maio de 2023

Boxers, trusses e espermatozóides

Um estudo de cientistas americanos publicado aqui atrasado na revista Human Reproduction considerava que os homens que normalmente vestem boxers têm mais espermatozóides. A ideia já tem barbas, vem quase desde o tempo dos romanos, mas a palpitosa notícia foi-me então oferecida pelo nosso jornal Público, sempre atento a estas extraordinarices. Não me vou dar ao trabalho de procurar, mas tenho a certeza de que o estudo científico em questão contradiz um outro estudo científico, americano evidentemente, que prova que os boxers prejudicam os espermatozóides. Como se sabe, os estudos científicos, sobretudo na América, tanto podem ser patrocinados por fabricantes de boxers como por fabricantes de slips - é a lei da livre concorrência, cada um puxa a brasa à sua sardinha, pelo menos no reino das cuecas.
Fixemo-nos, porém, no âmago da notícia, nos boxers. Será abusivo concluir que, se um homem com boxers tem mais espermatozóides, um homem sem cuecas de qualquer espécie tem muitos mais? E as famigeradas trusses? Sim, as trusses, como não se cansava de dizer o grande Zé Manquinho, contando e recontando as peças dos equipamentos da AD Fafe, até que tudo batesse certo. E a tanga, como é? E o fio dental, prejudica? E um nudista a tempo inteiro, o que é que ele há-de fazer ao mais que certo excedente de espermatozóides, que às tantas até lhe saem pelas orelhas? E mulher que use boxers, como é que fica de espermatozóides?
Por outro lado, homens que vestem boxers chamam-se, por norma, "segundos". É do boxe.

E agora um coisa completamente diferente. Cientistas da Universidade de Aveiro descobriram que, derivado aos exageros, a qualidade do sémen dos estudantes diminui durante as chamadas semanas académicas, com ou sem boxers. A pesquisa deixou de lado a sempre inquietante questão da erecção impossível, mesmo para quem consiga dar com a braguilha, e a controversa problemática do alcance máximo dos jactos de vómito, já que o mijo nem tem discussão: é pelas pernas abaixo. Mas não se pode ter tudo...
Voltando ao essencial da coisa e aos números que não mentem, a realidade é esta: durante festas como, por exemplo, a Queima das Fitas do Porto, para ficar aqui à porta, regista-se, em média, uma diminuição de 20 por cento na concentração de espermatozóides. No caso dos neurónios, há quem diga que a redução é de cem por cento.

P.S. - Hoje é Dia Nacional dos Cientistas.

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