Mostrar mensagens com a etiqueta Bento XVI. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Bento XVI. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Adiante vai o burro

Hoje é Dia Internacional do Burro e portanto é um dia muito importante e que nos envolve a todos em geral e aos fafenses em particular. Sobre burros, aqui no Fafismos, eu já escrevi, nomeadamente, a respeito de Bento XVI e do presépio, a propósito de Salazar e da Senhora Dona Laura Summavielle, recordando a burra do Reigrilo e os 16 de Maio, que por acaso começam já no próximo sábado, calha bem, e puxando ao assunto as orelhas propriamente ditas. Poupando-me e poupando-vos a repetições, recomendo, ainda assim, uma refrescadela...

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

O Papa que escangalhou o presépio

Joseph Ratzinger tinha 85 anos quando, em 2012, resolveu escangalhar o presépio. Tirou a vaca e o burro, porque - dizia o então papa e actual contrapapa - no local do nascimento de Jesus "não havia animais". Portanto também não havia ovelhinhas, o que quer dizer que também não houve pastorinhos do deserto. Sobravam, isso sim, os três reis magos. Gente fina, vinho de outra pipa. Reis. E magos (porque o champanhe ainda não tinha sido inventado). Esses, é certo, estiverem lá, em representação de toda a humanidade - segundo Bento XVI. Estiveram os reis magos e os anjos cantadores.
Eu por acaso até era mais dado a acreditar no burro e na vaca do que na mirabolante história de Gaspar, Melchior e Baltasar, uma boa linha média para quem jogue em 4-3-3, mas que se há-de fazer? Mais de dois mil anos a aquecerem o Menino com os respectivos bafos e é este o pagamento que o burrinho e a vaquinha recebem.
Sempre atento às verdadeiras e mais urgentes necessidades do mundo e da cristandade, Ratzinger, o reaccionário e intriguista, resolveu escangalhar o presépio. Estaria no seu direito. Mas no meu não mexe! Tarrenego!

Ora então. O Natal cá em casa já está montado e só presépios temos sete. Todos com vaquinhas e burrinhos, como aprendi em Fafe e nem consigo imaginar que Deus pudesse ter vindo ao mundo de outra maneira. Claro que é uma despesa muito grande em penso e uma canseira desgraçada com a limpeza diária das instalações, mas, sejamos justos, o Natal também é só mês e meio por ano...

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Quando meti gajas nuas no Vaticano

Madeleine McCann desapareceu. E o desaparecimento da "pequena Maddy" foi o melhor que aconteceu ao meu jornal naquele ano de 2007. As notícias saíam que nem pãezinhos quentes, para delícia de um público ávido de drama, coscuvilhice e sangue cor-de-rosa. E se não havia notícias, "inventavam-se" notícias. O monstro precisava de ser alimentado e as vendas iam de vento em popa.
Uma vez o chefe mandou-me ligar ao Presidente da República, a todos os antigos presidentes da República vivos, ao primeiro-ministro, a todos os ex-primeiros-ministros vivos, ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, ao seleccionador nacional, que era o Scolari, aos presidentes e treinadores de FC Porto, Benfica e Sporting, ao Freitas do Amaral (já não me lembro como é que este apareceu na lista, mas ele aparecia sempre), ao cardeal-patriarca de Lisboa e... ao Papa. "Ao Papa?", perguntei eu, só para ter a certeza. "Sim, pá! Liga ao Papa! Queremos um depoimento do Papa sobre o desaparecimento da Maddy". Foi assim, palavra de honra, que o chefe me respondeu.
Portanto tinha de ligar ao Papa, que era Bento XVI. O resto era fácil, era como se já estivesse feito. Pelo prestígio, pelo rigor e seriedade, pela sua inatacável ética editorial, o jornal onde eu trabalhava, e que só fazia merda, tinha praticamente linha directa com aquela gente toda. Agora Sua Santidade, isso, sim, era um desafio, e ainda por cima eu estava muito mal visto no Vaticano, pelo menos desde 1987. Claro que eu podia enfiar-me no bar o dia inteiro a "tentar ligar ao Papa" e à hora do fecho avisava o chefe, em Lisboa, de que "Não consegui, pá, desculpa, o gajo armou-se em difícil, não fala, eu ainda disse que ia da tua parte, mas nem assim o tipo se descoseu, sabes como são os alemães, teimosos do caralho". Porém eu não frequentava o bar.
Pensei então: o que é que há de mais parecido com o Papa e a que eu possa realmente chegar? E lembrei-me: o cardeal português D. José Saraiva Martins, que também estava em Roma como o outro e creio que ainda era prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Meti as mãos ao caminho, fiz chamada atrás de chamada e ao fim da tarde consegui enfim falar com ele. Atendeu-me cheio de bondade e essessss nassss palavrassss. Conhecia o caso e deu-me a sua opinião numa conversa de quase um quarto de hora. Falou-me da menina desaparecida, disse-me que rezava por ela, mas lembrou, com lucidez e sabedoria, que é fundamental que os pais não se ponham a jeito (a expressão é minha) para que semelhantes tragédias aconteçam. Vocês também percebem, tal como eu percebi, para quem é que o nosso cardeal enviava este recado. Sim, para os estranhíssimos paizinhos da "pequena Maddy". E estranhíssimos sou eu que digo.
No fim, D. José Saraiva Martins fez-me um pedido: "Olhe, depois mande-me o jornal, se faz favor". E eu mandei. O meu jornal era o 24horas. Exactamente. O jornal com as gajas todas boas e as mamas ao léu. Deve ter sido um sucesso no Vaticano.

Bruxedos e outros medos

Durante uma semana, um alguidar contendo um enorme galo sem cabeça e outras miudezas feiticeiras esteve em exposição no passeio junto ao por...