E antes que me esqueça: por exemplo, o jogo do pau. Porque não? Ou o berlinde, a carica, o pião, o espeto, a macaca, o moche, o tene, a cabra-cega, o arranca-cebolas, o mamã-dá-licença, o esconde-esconde. Ou o jogo da malha. Ou o jogo da bisca. Ou o jogo Benfica-CUF de 22 de Março de 1959. Porque não?
Por exemplo, as Janeiras, os Reis, as novenas, o terço e a bênção do Santíssimo. Porque não? As marchas de Lisboa e as rusgas do Porto e o Pai das Orelheiras e o carnaval de Ovar e a bicha das sete cabeças e a chega de bois e as "Velhas" da Terceira e as adufeiras de Monsanto e a Justiça de Fafe e os zés-pereiras e os cabeçudos e os gigantones. Ou a cantiga no duche, ou a lengalenga do avô, ou a arenga de bêbado, ou o apita-o-comboio, ou o atirei-o-pau-ao-gato, ou o areias-era-um-camelo. Ou o canto pimba, ou o canto neiro. Porque não?
Por exemplo, os ranchos folclóricos, os conjuntos típicos, a Maria Albertina e o António Mafra, os grupos excursionistas, os motoclubes e as motosserras. Ou as bandas de música, filarmónicas e copofónicas. Porque não? Ou os bandos de malfeitores, banqueiros ou governantes, os salgados e os doces, da alheira de Mirandela ao pastel de Belém. Porque não?
Por exemplo, o manguito do Bordalo. Ou o caralho das Caldas. Porque não?
Por exemplo, o assobio. Porque não?
É património até dar com um pau. É património sem mãos a medir. Somos um país para o Guinness. Com assinalável pertinácia, Portugal mete os dedos à boca e vomita património imaterial da humanidade por todos os lados. Um destes dias, sem darmos fé, estamos todos condecorados. Da cabeça aos pés.
E também o Toy. E a Maria Leal, será bom não esquecer
ResponderEliminarNão dizes mal, não...
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