quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Ai rapariga, rapariga, rapariga

A jovem mãe aproveitou o inesperado bocanho da manhã farrusca e incerta para descer até ao passeio da praia com a filhinha pela mão. Que bonitas, as duas, tão frescas e mimosas! A jovem mãe apontou o areal e disse naquela maneira pateta de falar às criancinhas, como se as criancinhas fossem atrasadas mentais ou, vá lá, cãezinhos de estimação:
- Ei!, tantas pombinhas, tantas pombinhas! Eeeiii! Ó pombinhas, ó pombinhas!...
A menina, pouco convencida porém obediente, correspondeu com um económico e timorato:
- Ei.
Tinha razão a pequena. Já suficientemente grande para saber a verdade das coisas. Eram gaivotas.

P.S. - Hoje é Dia Internacional da Rapariga. Ou da Menina, no Brasil.

2 comentários:

  1. Ahhh "rapariga" no Brasil. Passei alguns constrangimentos por chamar algumas garotas de "raparigas". Assim como entrar no banco ITAÚ lotado de gente, como aliás era norma, e perguntar num tom de viz relativamente alto, "desculpe senhor, isto aqui é tudo bicha para depósitos?" Quase fui agredido...e tantos outros similares, devido ao facto de o OA ainda não existir, acho...

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    1. Juca Chaves contava, a esse respeito: "A menina "miss", acompanhada pela mãe, passou mal na viagem, coitada, enjoava, enjoava, enjoava, e vomitava e vomitava, enjoava, e a mãe aflita, e a filha enjoava e vomitava, enjoava, até que eu quis ser gentil e perguntei à mãe:
      - Minha senhora, foi comida?
      - Foi, sim senhor. Mas casa semana que vem..."

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