terça-feira, 16 de abril de 2024

Until the fat lady sings

Foto Município de Fafe
Já não há na ópera senhoras gordas como havia antigamente. Agora as senhoras da ópera são magras, elegantes, bem feitas, geralmente bonitas e algumas até são boas como o milho. A mim, que sou melómano e purista, faz-me uma certa diferença, desconcentra-me, desorienta-me o foco.
Hoje é Dia Mundial da Voz. E sabeis que mais? Em miúdo eu imaginava o nosso Cinema, o belíssimo Teatro-Cinema de Fafe, como uma pequena sala de ópera, um São Carlos à nossa moda. E ainda imagino.
Mas, infelizmente, uma coisa é o parêntese do meu sonho e outra bem diversa a exigência da realidade. Portanto, a ópera passou outro dia por Fafe e apresentou-se no Pavilhão Multiusos. E li que foi uma enorme enchente de povo e um considerável sucesso artístico. Fiquei contente de saber. A ópera, já dizia o Evaristo do Pátio das Cantigas, é música própria para operários, e só é pena que estejam tantas fábricas a fechar.

Requinte é na capital, como daquela vez. O São Carlos rebentando pelas costuras, o público, conhecedor, finíssimo, profundamente lisboeta, num delírio de palmas compassadas e gritos comedidos (os chamados gritinhos): - Bravo!, bravo!, bravo!...
O touro, um Miura rondando os 650 quilos, assomou à boca de cena e agradeceu, composto e patriótico: - Gracias, muchas gracias!...

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