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Foto Município de Fafe |
Já não há na ópera senhoras gordas como havia antigamente. Agora as senhoras da ópera são magras, elegantes, bem feitas, geralmente bonitas e algumas até são boas como o milho. A mim, que sou melómano e purista, faz-me uma certa diferença, desconcentra-me, desorienta-me o foco.
Por outro lado, Luciano Pavarotti, único e indivisível. O grande Pavarotti, o divo excêntrico e
bon vivant, o famoso tenor italiano que popularizou mundialmente a ópera e morreu, faz hoje anos, no dia 6 de Setembro de 2007. E sabeis que mais? Em miúdo eu imaginava o nosso
Cinema, o belíssimo Teatro-Cinema de Fafe, como uma pequena sala de ópera, um São Carlos à nossa moda. E ainda imagino.
Mas, infelizmente, uma coisa é o parêntese do meu sonho e outra bem diversa a exigência da realidade. Portanto, a
ópera passou outro dia por Fafe e apresentou-se no Pavilhão Multiusos. E li que foi uma enorme enchente de povo e um considerável sucesso artístico. Fiquei contente de saber. A ópera, já dizia o Evaristo do Pátio das Cantigas, é música própria para operários, e só é pena que estejam tantas fábricas a fechar.
Requinte é na capital, como daquela vez. O São Carlos rebentando pelas costuras, o público, conhecedor, finíssimo, profundamente lisboeta, num delírio de palmas compassadas e gritos comedidos (os chamados gritinhos): - Bravo!, bravo!, bravo!...
O touro, um Miura rondando os 650 quilos, assomou à boca de cena e agradeceu, composto e patriótico: -
Gracias, muchas gracias!...
P.S. - Continua a todo o vapor o programa de celebração do centenário do Teatro-Cinema de Fafe. Este mês, João Baião, cinema, teatro para bebés e Moonspell (esgotado).
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