sábado, 4 de maio de 2024

O meu avô sabia duas anedotas

O meu avô da Bomba tinha a mania de contar anedotas e contava-as muito bem - achava ele. Eram duas. Contava-as sempre. Nem que não lhe pedissem que as contasse, nem que lhe pedissem que não as contasse. Ele contava-as, contra tudo e contra todos, abrilhantando casamentos, comunhões e baptizados de família - achava ele. Eram a anedota do cu português que, apesar do negrume da noite, acabou identificado pelos Carabineros na passagem a salto para Espanha, passemos à frente, e a anedota dos Bombeiros da Póvoa. Da Póvoa de Lanhoso, desta vez, para que nos situemos.
Contava o meu empolgado avô da Bomba que, em dia de festa de aniversário da prestimosa corporação lanhosense, o respectivo comandante fez o discurso que se segue: "Minhas senhoras e meus senhores, os Bombeiros da Póvoa são os melhores do mundo. Digo mais, os Bombeiros da Póvoa são os melhores da Europa. Os Bombeiros da Póvoa são os melhores da Península Ibéria. Os Bombeiros da Póvoa são até os melhores de Portugal. Os Bombeiros da Póvoa, minhas senhoras e meus senhores, excelência reverendíssima, são os melhores do Minho, os melhores do distrito de Braga. Que não haja dúvidas: os Bombeiros da Póvoa são aos melhores da Póvoa. Vivam os Bombeiros da Póvoa! Vivam e bem hajam! Tenho dito."
E, pronto, era a anedota. Uma das duas anedotas do meu avô, a principal. E hoje é Dia Internacional do Bombeiro. Vivam todos os bombeiros do mundo inteiro!

À pinha

Foto Hernâni Von Doellinger

sexta-feira, 3 de maio de 2024

A crucha

Perguntam-me: mas afinal o que é a crucha? E eu respondo: a crucha é o coruto, o cocoruto, a cruta, o cimo, o cume, o pináculo. Em moços, íamos aos ninhos ou às maçãs e subíamos à crucha das árvores. Quer-se dizer: a crucha é a corucha se observada e dita em Fafe. Evidentemente.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Os rabilhos, sem menosprezo pelos outros

Rabilhos. Os japoneses são malucos por rabilhos. E as notícias dão conta disso, de vez em quando. É um assunto que me interessa sobremaneira, isto dos rabilhos japoneses. Aqui atrasado, um atum com 278 quilos foi comprado por dois vírgula sete milhões de euros, em Tóquio evidentemente, no mercado de Toyosu, que substitui o famoso mercado de Tsukiji, que era o maior mercado de peixe do mundo e uma das principais atracções turísticas da capital japonesa. O atum em questão foi a grande estrela do sempre muito aguardado primeiro leilão de Ano Novo, e bateu, sem culpa nenhuma, todos os recordes. Sei disto tudo porque o jornal Público mo contou na altura. E o Público, por favor não confundir com o Correio da Manhã, conta muito bem estas e outras extraordinarices. Para além disso, o Correio da Manhã é em vermelho.
Meses antes, um atum com 162 quilos tinha sido vendido por 4,3 milhões de ienes (quase 33 mil euros), ainda no velho Tsukiji, no seu último leilão, a uma escassa semana de fechar portas. Um atum praticamente dado, em boa verdade. Com efeito, em Janeiro de 2013, sempre contado pelo jornal Público, atentíssimo a estas coisas até mais não, um atum gigante fora comprado, no mesmo mercado, pelo então preço recorde de 1,38 milhões de euros. O peixão pesava 222 quilos, ficando por isso a cerca de quatro mil e setecentos euros cada quilo, é só fazer as contas. O outro, o tal do Ano Novo, custou mais de dez mil euros o quilo. Ora passa-se o seguinte: aqui atrasado comprei um atum anão, cá em Matosinhos, na peixaria da Dona Augusta, por pouco mais de euro e meio, eu seja ceguinho, e mais fresco era impossível. Pesava quase três quilos, saiu-me a rondar os 50 cêntimos o quilo.
As notícias afirmam que o atum gigante japonês era "rabilho". O meu atum anão, sinceramente não sei. Mas também foi comido. Em bifinhos. De cebolada. E que bem que nos soube.

Não percebo se é a fartura que os desorienta, mas a verdade é que os japoneses são mesmo um bocado tolos nisto de compras. Em Julho de 2014 soube-se que um cacho com 34 uvas, cada bago a pesar cerca de 30 gramas, foi vendido pelo simbólico preço de quatro mil euros. As uvas eram da raríssima casta ruby roman. E eu? Ainda ontem comprei na frutaria aqui da rua um bom gaipelo com 15 bagos e dois pequeninos, e não paguei mais do que cinquenta e três cêntimos. Evidentemente não eram ruby roman, muitíssimo longíssimo disso. As minhas uvas eram colhão-de-galo e, se quereis que vos diga, fiquei muito bem servido...

P.S. - Hoje é Dia Mundial do Atum.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

1.º de Maio em Fafe

O 1.º de Maio em Fafe é uma praceta. Muito bem asseada e com excelente freguesia, é preciso que se note. Também lhe chamam Torralta.

A bem da Nação

Foto Hernâni Von Doellinger
Assim sim, Portugal como deve ser. Escudo, quinas e castelos. E umas boas mocadas, evidentemente.

Bruxedos e outros medos

Durante uma semana, um alguidar contendo um enorme galo sem cabeça e outras miudezas feiticeiras esteve em exposição no passeio junto ao por...