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sábado, 25 de janeiro de 2025

Epístola de São Paulo aos Travassolenses

Paulo de Tarso, ou Saulo de Tarso, também conhecido como Apóstolo Paulo, São Paulo Apóstolo, Apóstolo dos Gentios ou simplesmente São Paulo, nem sempre foi o santo que hoje se pinta. Tem atrás de si um passado, como todos nós, mas um passado mais negro do que o da maioria de nós. Saulo era um fariseu radical, impiedoso, feroz, um zelota que se dedicava sem descanso à perseguição dos seguidores de Jesus. Era portanto do piorio, mau como as cobras, o diabo em pessoa, e só amansou e ganhou juízo quando Deus Ele mesmo lhe saiu ao caminho, dando-lhe um valente safanão e cegando-o temporariamente, a ver se ele aprendia. E ele aprendeu.
Assim miraculosamente convertido, Paulo resolveu pôr a correspondência em ordem e desatou a escrever missivas. Para além da algumas cartas com destinatário individual, sempre para homens, que fique devidamente registado, epistolou aos Romanos, aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, aos Tessalonicenses e eventualmente aos Hebreus. Catequizou também os Gentios, e quando eu graças a Deus descobri a Bíblia, em pequenino, julgava que os Gentios eram um povo assim como os Helvéticos ou os Teutónicos, naturais e residentes num país de que era proibido ou eventualmente pecado dizer o nome, por indecente e má figura.
Aprendi muito no seminário. Tive bons mestres. Agora ao caso, tive até um famoso especialista em "St Paul'ssss Cathedraaaal", o cónego Azevedo, realmente um pândego, excêntrico e musical, bailarino de sobrepeliz e mestre de cerimónias da Sé de Braga, figura que a minha memória tola às vezes confunde injustamente com o cónego Rodrigo, ou Pipa, outro cromo mas menos dado, também antiquíssimo e, no que me diz respeito, ineficaz professor de Latim.
Os nomes na Bíblia sempre me fascinaram. Tanto que eu pensava (e ainda penso) que se São Paulo fosse hoje e se por acaso resolvesse escrever aos portugueses só se dirigiria, arrisco dizer, aos Albicastrenses, aos Egitanienses, aos Escalabitanos aos Brigantinos, aos Freixenistas ou Freixienses ou Freixonistas ou Freixonitas, gente assim de nome fidalgo ainda que indeciso e nunca abaixo disso. Aliás, creio que os fafenses, padecendo de tão simples onomástica, ficariam de fora. Os fafenses assim entendidos de um modo geral, mas já não diria o mesmo, deixa-me cá ver, em relação, por exemplo e em concreto, aos Serafonenses ou aos Travassolenses que também podem ser Travassoenses, que se apresentam com gentílicos realmente de categoria, com gabarito bastante para merecerem a atenção do apóstolo e bem capazes de integraram a sua lista de contactos favoritos. E eu parece que estou a ouvir nas capelas e igrejas por esse mundo fora, palavra de honra, "Leitura da Segunda Epístola de São Paulo aos Travassolenses. Meus irmãos..."
E Melquisedeque? Ai o que eu gostava do nome Melquisedeque! E Ponto e Bitínia e Capadócia e Antioquia, nomes assim de perlimpimpim, de números de circo de Natal. Antioquia que me fazia sonhar aventuras das mil e uma noites, lamentando embora que São Paulo, que aqui terá pregado o seu primeiro sermão, nunca tenha mandado uma epístola na volta do correio, uma sequer para amostra, aos simpáticos e desamparados Antioquenses.
Já quanto aos sodomitas, habitantes de Sodoma, continuo a achar que ficaram com a pior parte da fama. Os gomorritas, que eram outros que tais, safaram-se, vá-se lá saber porquê, e nem constam nos dicionários. A História às vezes é muito injusta e parece-me que a Bíblia devia ter aqui uma palavra a dizer.

P.S. - Hoje é Dia da Conversão de São Paulo.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Um dia sumamente produtivo

Hoje celebra-se, não cá em casa, o Dia Mundial do Veganismo ou do Vegano. E também é Dia de Cailleach, na mitologia celta, Dia de São Cesário de Terracina, Dia de Pão por Deus, Dia do Início do Ano Hidroeléctrico, dia das calendas de Novembro, dia de caminhada em Ribeiros, Fafe, e Dia de Todos os Santos, que eu sempre achei que devia ser a festa principal e de maior alegria da Igreja Católica. Os Mortos é só amanhã, estou farto de dizer, mas os veganistas parece que estão com pressa.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

O segredo dos casamentos de Santo António

Estou à vontade para falar sobre este delicado assunto, porque andei anos a fazer-lhe cascata sem saber que ele era casado. E um santinho de braço dado com a noiva, lá em cima do trono como nos bolos de casamento, por debaixo do arco armado com pernadas de carvalho escorchadas de fugida no monte de São Jorge ou nas bouças da Pegadinha, e com altifalantes e tudo, teria sempre outro sainete, e portanto sinto-me deveras enganado. Sim, os casamentos de Santo António, esse ancestral, nunca desmentido e bem aferrolhado segredo das catacumbas vaticanas. Quantos foram afinal? Quão popular afinal ele era? Quantas vezes se casou o raio do santo? Duas, como a Luciana Abreu? Três, como o Pedro Santana Lopes? Quatro, como o José Cid e o Nicolas Cage? Não se sabe quantas, como o Pinto da Costa? Oito, como a Elizabeth Taylor? Vinte e três, como Linda Wolfe? Vinte e oito, como Glynn Wolfe? E os divórcios do fradinho - amigáveis ou litigiosos? Poligamia eventualmente? E filhos, houve-os? E os noivos de Santo António, serão apenas um boato? Má-língua? Descarada homofobia? O silêncio da Igreja Católica sobre este escândalo é ensurdecedor. A ignorância da revista Lux sobre este ensurdecedor é um escândalo.

Bruxedos e outros medos

Durante uma semana, um alguidar contendo um enorme galo sem cabeça e outras miudezas feiticeiras esteve em exposição no passeio junto ao por...