Foto Victor (suponho) |
Éramos os seminaristas de Fafe naquele ano não sei qual, algures pela primeira metade da década de setenta do século passado, se não me engano. Éramos os padrecas. Não me lembrava do retrato, que me chegou às mãos aqui atrasado através do meu cunhado Álvaro, o homem que fazia as melhores punhetas de bacalhau do mundo, e eu tenho muitas saudades dele. Soube então que foi o cónego Leite de Araújo - senhor abade, senhor arcipreste ou senhor cónego, consoante a época - quem nos juntou e levou ao fotógrafo para a posteridade. O nosso padre tinha muita vaidade em nós, embora talvez nem lhe fornecêssemos consistentes razões para tanto. Por outro lado, também não sei o que é feito daquela juventude ali toda sem sorriso, numa compostura ou talvez tristeza de meter dó. Tínhamos decerto sonhos, mas, se os tínhamos, realmente não os mostrávamos. Nem os sonhos, nem os dentes. Já agora: na fotografia, eu sou o. Esse, exactamente.
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