quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Rabo escondido com gato de fora

Já aqui contei, mas hoje vem outra vez a propósito. Em Fafe as pessoas gostavam muito de animais, como por exemplo gatos. Quase todos os lares tinham o seu gato ou a sua gata de companhia, principalmente derivado aos ratos, que também eram muitos e caseiros, mas recebiam visitas. Evidentemente estou a falar da parte de Fafe que me diz respeito e conheço, Fafe dos pobres. Ora, havendo gatos e gatas, havia também ninhadas, porque as coisas são como são e até os bichinhos gostam. Mas alimentar um ou dois gatos, mesmo com sobras, é uma coisa, outra coisa é sustentar uma família inteira de tarecos, ainda por cima largam pêlo como o caralho e nos primeiros tempos, antes de levarem naquele focinho para aprenderem, coitadinhos, cagam e mijam em todo o lado sem respeito nenhum. Que se segue? As pessoas gostavam muito de animais e pegavam na ninhada, deixavam um gatito de reserva e enfiavam os outros todos numa saca de sarapilheira bem fechada e bem atada a uma pedra bem pesada e pegavam na pedra, na saca e nos gatos e atiravam tudo ao rio, que eram vários e lingrinhas. Não sei se Fafe conserva esta bonita tradição.

A este respeito, hoje é Dia do Gato Preto, e daí a repetição. Devido às superstições em certas culturas, e dizer aqui "culturas" é capaz de ser um exagero, senão um equívoco, o gato preto é muitas vezes associado ao azar. Segundo leio, o gato preto é o mais abandonado, o menos adoptado e o mais rapidamente abatido dos gatos.

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