Raparigas e mulheres que passam por mim todos os dias, ou quase todos os dias, nas minhas caminhadas matinais. Raparigas bonitas, mulheres interessantes, todas amáveis, que me cumprimentam desembaraçadamente com um "olá!", com um "bom-dia!", com um jovial aceno de mão, com um enorme sorriso, personalizado. E alegram-me a vida. Palavra de honra, fazem-me feliz. Raparigas e mulheres de que nem lhes sei os nomes nem de onde são e param a bicicleta ou a corrida para me explicarem, sem obrigação, que estiveram meio ano a trabalhar na América, que os filhos pequenos mudaram de colégio, que tiveram um pequeno problema de saúde, que agora costumam vir mais tarde ou que agora costumam vir mais cedo, e que por isso não nos temos visto e é pena.
Mulheres e raparigas que, se por acaso me apanham a caminhar com a minha mulher, de mão dada, deitam de antecedência os olhos ao chão, zapam por nós como se não nos vissem, como se não me conhecessem de lado nenhum, como se eu fosse ninguém.
Quer-se dizer: o que é que elas pensam? O que é que elas pensavam? De que é que estavam à espera? Eu sou apenas o velho simpático, porra!
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