É claro que também há o mor que se lê e diz mór, e que é uma redução de maior, e não de amor, que se usa, por exemplo, na frase "assunto da mor importância" e, mais frequentemente, ligado por hífen ao nome que qualifica para indicar superioridade hierárquica ou chefia, ou até suprassumismo, caso de palerma-mor.
Maior, em Fafe, também se dizia moor e, sobretudo, maor, que a minha mãe ainda diz e eu, às vezes, por graça, também. Mas aonde eu queria chegar, e já cá estou, era ao "por mor de", lendo-se e dizendo-se, neste caso, "por môr de", como dizia tão bem a minha querida avó de Basto. "Por mor de" quer dizer "por causa de", "em atenção a", "para", "por amor de" ou, ainda melhor, "derivado a", na pândega, assertiva e estupidamente criticada adaptação de António Lobo Antunes, que eu tanto gosto de usar e abusar. É isso. Vou a correr, por mor de não me atrasar. Ou por outra: corro, derivado à pressa...
P.S. - Publicado originalmente no meu blogue Mistérios de Fafe. Hoje é Dia do Amor.
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