quinta-feira, 27 de abril de 2023

O Magalhães da Circunvalação

E parece que foi ontem. No dia 21 de Outubro de 1520, mais de um ano após o início da primeira viagem de circum-navegação da Terra, o navegador português Fernão de Magalhães descobriu na ponta da América do Sul um estreito de passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O estreito passou a chamar-se de Magalhães, para não se confundir com o estreito do Antunes, que realmente parece um pau de virar tripas. Na cidade do Porto, em homenagem a tamanho cometimento, foi mandado construir uma avenida que ligasse o Campo 24 de Agosto ao falecido Estádio das Antas, a qual viria a revelar-se de uma paradigmática utilidade domingueira de quinze em quinze dias.
Mas, parecendo ter sido ontem, já foi há muito tempo. Quinhentos anos praticamente mais três. E hoje em dia vivemos tempos de profunda ignorância e vaidosa estupidez. Entre o Porto e Matosinhos, à porta dos liceus e das faculdades, nas galerias de arte, nos cafés, nas esquinas, nos autocarros, no metro e até nas trotinetas partilhadas, ouve-se apenas uma pergunta, que são três: - Mas afinal o que é que fez o Fernando Magalhães? Inventou a Circunvalação? E chama-se Viagem da Circunvalação porquê?...

Pois. O navegador Fernão de Magalhães, nascido provavelmente em Ponte da Barca, Alto Minho, em 1480, morreu em combate nas ilhas de São Lázaro, Filipinas, no dia 27 de Abril de 1521. Entre uma coisa e outra, descobriu, com efeito, a Circunvalação, numa longa viagem de fim de curso organizada entre 1519 e 1522 e que ele infelizmente não pôde concluir. Em todo o caso, meus senhores, a Circunvalação é realmente um mundo.

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